
08/06/2025
Borderline na Psicanálise: nem rótulo, nem sentença. Um sujeito em travessia •
Entre o excesso e o vazio, pulsa um sujeito em sofrimento.
O que se convencionou chamar de “transtorno de personalidade borderline” carrega muito mais do que um rótulo diagnóstico.
Na psicanálise, o que importa não é a categoria, mas o sujeito que sofre, deseja e se defende — às vezes de si mesmo.
Há quem viva como se estivesse sempre à beira.
Beira do abandono, da fúria, da idealização, da quebra.
Beira do amor intenso e do medo de desaparecer no outro.
Esses sujeitos nos falam do desamparo primordial, da dificuldade em sustentar a ausência do objeto, da oscilação entre tudo e nada.
Não se trata de instabilidade superficial, mas de uma dor estruturante:
um grito por vínculo
um ataque que encobre o desejo de ser acolhido
um afeto que não encontra continente
A psicanálise, nesse caso, não apressa, não rotula, não corrige.
Ela escuta.
Acolhe a angústia que se transforma em corpo, em ato, em silêncio ou em excesso.
E sustenta o laço — mesmo quando o sujeito acredita não merecê-lo.
Porque às vezes, o que parece demais… é só o traço de um afeto que nunca teve lugar.
Dos destaques Autorais: Priscilla Neto — escuta, imagem, palavra•