Confraria dos Viajantes

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Desde pão, café e chá quentinho, até encontros para aprimoramento com temas atuais e contemporâneos.

Só é possível transformar-se na medida em que já se é.Novalis
18/09/2025

Só é possível transformar-se na medida em que já se é.

Novalis

Um coração mais leve que o meu,  voltando tarde para casa, ao passar por minha janela assobiou uma toda, uma ninharia de...
17/09/2025

Um coração mais leve que o meu, voltando tarde para casa, ao passar por minha janela assobiou uma toda, uma ninharia de balada, uma cantiga de rua. Mas ao meu ouvido irritado um anódico que cura" Emily Dickinson

 A câmera tremia, e o cinegrafista, sentado no carrinho, chorava emocionado, ao lado do diretor Richard Donner. Mel Gibs...
16/09/2025


A câmera tremia, e o cinegrafista, sentado no carrinho, chorava emocionado, ao lado do diretor Richard Donner. Mel Gibson enfiava o cano do revólver na boca e batia a arma na própria cabeça. Uma das cenas mais intensas de “Máquina Mortífera” (1987) mostra o policial Riggs, à beira do desespero, enquanto "Os Contos de Natal do Pernalonga" passam na TV de seu trailer. A equipe precisou esperar semanas até que Gibson estivesse preparado e finalmente dissesse: “Ok, podemos fazer essa cena”.

No set, Gibson assustou a todos ao realizar algumas de suas maiores acrobacias. Na cena infame em que Riggs p**a de um prédio com um empresário, ele se manteve firme no topo, encarando a altura, sem desistir, mesmo com todos assistindo, antes de dar o salto. Na famosa perseguição pelas ruas de Los Angeles, perdeu o controle do carro em uma curva apertada e quase colidiu com o cenário. Donner, longe de se abalar, apenas comentou: “Isso é cinema de verdade.”

Por trás de toda essa adrenalina, havia a química fascinante entre Gibson e Danny Glover, inspirando a tensão dramática entre Riggs, o suicida e impulsivo, e Murtaugh, o veterano cauteloso e pragmático. Muitas brincadeiras e discussões entre os atores durante as pausas eram captadas pelas câmeras, e contribuíram para dar autenticidade às interações. Donner, atento a esses detalhes, sabia capturar cada gesto espontâneo sem perder o ritmo da narrativa, equilibrando com maestria ação e humor.

No fim, “Máquina Mortífera” foi um laboratório de energia, talento e improviso. Cada risco calculado, cada decisão de Donner, cada esforço de Gibson e Glover, contribuíram para que o público sentisse não apenas a adrenalina, mas também se identif**asse com as nuances de humanidade presente no gênero de ação. O resultado é um clássico que permanece vivo na memória, principalmente daqueles que, como diz o Sargento McCaskey, são “caras dos anos 80”.

Pesquisa e redação; Daniel de Boni

Três anos após o sucesso inesperado de Rocky, Um Lutador, Sylvester Stallone escreveu, dirigiu e estrelou a sequência qu...
15/09/2025

Três anos após o sucesso inesperado de Rocky, Um Lutador, Sylvester Stallone escreveu, dirigiu e estrelou a sequência que consolidaria de vez sua carreira. Rocky II: A Revanche retoma exatamente no ponto em que o primeiro termina: Apollo Creed vence Rocky por pontos, mas a luta deixa marcas. Balboa volta para casa com fama, mas sem estabilidade. Ao lado de Adrian, agora grávida, tenta se adaptar a uma vida comum, enquanto Creed é acusado de ter sido favorecido pelos juízes e passa a viver assombrado pela necessidade de provar que a vitória foi legítima.

O roteiro equilibra duas trajetórias: Rocky tentando se afastar do boxe para cuidar da família e Apollo pressionando para uma revanche que reafirme sua honra. Nesse conflito, o filme se torna menos sobre boxe e mais sobre persistência, orgulho e fé.

Um dos momentos mais memoráveis acontece quando Adrian entra em coma após complicações no parto. Rocky permanece ao lado dela no hospital, vulnerável, rezando pela recuperação da esposa. A montagem intercala o silêncio com a trilha de Bill Conti, que intensif**a a espera com acordes contidos, quase dolorosos. Quando Adrian acorda e sussurra “Win” (“Vença”), a atmosfera muda. É o gatilho emocional para a virada de Rocky, embalado por uma das mais icônicas sequências de treinamento da saga: ele correndo pelas ruas da Filadélfia, acompanhado por centenas de crianças, em uma catarse coletiva impulsionada pela música de Conti.

Os coadjuvantes reforçam o arco emocional. Mickey (Burgess Meredith), duro mas afetuoso, funciona como guia e figura paterna. Paulie (Burt Young) representa o lado amargo da vizinhança, com sua mistura de ressentimento e insegurança. E Adrian (Talia Shire), mesmo frágil por boa parte do filme, é o coração da história: é sua aprovação que legitima a decisão de Rocky de voltar a lutar.

A revanche contra Apollo Creed (Carl Weathers) é coreografada como um duelo de resistência. Depois de trocarem golpes brutais, os dois caem quase ao mesmo tempo. No detalhe que define a luta, Apollo permanece no chão enquanto Rocky, exausto, consegue se levantar antes do gongo final. O novo campeão mundial é consagrado, mas o que f**a não é apenas a vitória: é o perc

Gregory Peck tornou-se Capitão Ahab pela pressão dos estúdios. John Huston desejava outro ator, mas os produtores de "Mo...
14/09/2025


Gregory Peck tornou-se Capitão Ahab pela pressão dos estúdios. John Huston desejava outro ator, mas os produtores de "Moby Dick" (1956) exigiam um nome capaz de segurar o financiamento. Peck tinha apenas 38 anos, vinte a menos que o Ahab de Herman Melville, consumido por décadas de obsessão. Mais tarde admitiria suas limitações: “O filme exigia mais. Na época, eu não tinha mais em mim”, lembrando o respeito, mas também o atrito com Huston. O diretor dava instruções superficiais, como “Sinta a câmera em seu rosto”, deixando o ator à deriva em busca do personagem..

As filmagens provaram que a realidade podia ser tão hostil quanto a ficção. Peck recusou dublês e lesionou o joelho; Richard Basehart quebrou o tornozelo; Leo Genn acabou hospitalizado com pneumonia. A baleia de borracha, com 26 metros, pregava peças: afundava sem aviso, desaparecia na neblina e até carregou Peck às costas. Huston insistia em locações reais, repletas de ventos e tempestades na Irlanda e nas Canárias. Orçamentos estouravam e prazos se desfaziam semanalmente.

No convés do Pequod, Peck impunha presença. A cicatriz de maquiagem, a barba cerrada, o olhar vítreo e a perna de marfim o transformavam em um Ahab mítico, feito de carne e lenda. Oswald Morris, diretor de fotografia, pintava cada quadro com filtros e tintas que drenavam as cores, criando atmosfera fúnebre, quase sem sol. Os diálogos de Peck com Starbuck e Queequeg transbordavam tensão moral, enquanto Orson Welles surgia em participação breve, mas memorável, como pregador Mapple. Figurino áspero e efeitos práticos completavam o retrato da obstinação humana diante do insondável.

Anos depois, Peck revisitaria sua experiência. Em 1975, recusou o uso de cenas em “Tubarão” e, em 1998, interpretou o Padre Mapple em adaptação televisiva, como se buscasse reconciliação com Melville. Embora lembrasse da juventude como obstáculo para viver Ahab, reconhecia que o filme marcou sua vida. Apesar das tempestades, baleias mecânicas e de uma direção turva, Peck consagrou uma das representações mais intensas da literatura no cinema. Uma intensidade que transfigura “Moby Dick” em sublime: estranha grandeza que, a um só tempo, fascina e

Morreu uma parte vital da música, o avesso da “criação” por IA, o artista mais inclassificável, o mais inovador, um inve...
14/09/2025

Morreu uma parte vital da música, o avesso da “criação” por IA, o artista mais inclassificável, o mais inovador, um inventor de mundos.
A arte morre um pouco com ele.
Viva Hermeto!

13/09/2025
Se tem uma cena que faz rir só de lembrar, é aquela em que Steve Martin encara o cachorro “Sh*thead” em "O Panaca" (1979...
11/09/2025


Se tem uma cena que faz rir só de lembrar, é aquela em que Steve Martin encara o cachorro “Sh*thead” em "O Panaca" (1979). A tensão silenciosa entre homem e animal parecia improviso puro — e era esse frescor que transformava cada tomada em surpresa agradável. Stanley Kubrick, fã declarado do filme, sabia de cor algumas falas e as repetia nos bastidores de seus próprios sets.

A mansão Sheik Al-Fassi em Beverly Hills, escolhida como locação, não era apenas cenário: com 38 cômodos, corredores sem fim e até uma discoteca no porão, ela conspirava para que a comédia acontecesse. Cada tropeço de Navin, cada objeto fora do lugar, parecia brotar naturalmente daquela casa que respirava exagero e caos.

O set, dirigido por Carl Reiner, funcionava como uma oficina de humor ao vivo. Como havia crise de gasolina, Reiner e Martin iam juntos de carona para as filmagens, e, nesse trajeto, inventavam piadas que muitas vezes acabavam no roteiro. Essa mesma leveza se refletia nas filmagens: a lambida inesperada no rosto de Bernadette Peters, as tiradas improvisadas, os stand-ups de Martin incorporados à trama.

O roteiro, assinado por Martin, Carl Gottlieb e Michael Elias, equilibrava precisão e liberdade. Do bilhete borrado no banho ao delírio da perseguição de carros, cada detalhe era milimetricamente cômico, mas com espaço para o acaso. Até o cachorro, que mudou de nome de “Salva-vidas” para “Sh*thead”, virou ícone da graça absurda. E como se não bastasse, até o trailer do filme virou piada: lançado com apenas dois minutos de duração, anunciado como “sessão das 20h às 20h02”, e proibindo entrada após seis segundos.

Nada captura melhor o humor debochado de Steve Martin do que Terre Haute, Indiana. Antes da estreia, ele ficou retido na cidade e, irritado, chamou-a de “Lugar Nenhum, EUA”. Os moradores chiaram, mas houve reconciliação: Martin estreou "O Panaca" lá, recebeu a chave da cidade e fez tour por uma fábrica de fertilizantes. Três anos depois, em "Cliente Morto Não Paga", ele cutuca de novo: pergunta se o público preferiria ver “Bostas de Vaca sobre Terre Haute”, e o Coronel Kluck, ao acionar um interruptor, destrói a cidade.

Pesquisa e redação: Daniel de B

Existe uma maravilhosa lei mítica da natureza que diz que as três coisas que mais desejamos na vida – felicidade, liberd...
11/09/2025

Existe uma maravilhosa lei mítica da natureza que diz que as três coisas que mais desejamos na vida – felicidade, liberdade e paz de espírito – são sempre alcançadas quando as damos a outra pessoa.

Peyton Conway March

Para ouvidos sadios e inocentes nunca houve até hoje uma tempestade, e sim a música dos ventos eólios. Nada pode justif*...
11/09/2025

Para ouvidos sadios e inocentes nunca houve até hoje uma tempestade, e sim a música dos ventos eólios. Nada pode justif**adamente compelir um sujeito simples e corajoso a uma tristeza vulgar. Enquanto desfruto a amizade das estações confio em que nada pode fazer da vida uma carga para mim.

Henry Thoreau

Detestamos o sofrimento, é normal. A novidade é que agora as pessoas não têm mais o direito de sofrer. Então, sofre-se e...
11/09/2025

Detestamos o sofrimento, é normal. A novidade é que agora as pessoas não têm mais o direito de sofrer. Então, sofre-se em dobro. Mais que o dinheiro, a felicidade é a nova ostentação dos ricos. A felicidade virou parte da comédia social. Ninguém é feliz ou infeliz o tempo todo. A vida não se divide entre essas duas polaridades. A felicidade é um valor secundário, e é bom enfatizar isso para que não se sintam culpadas as pessoas que não chegam a ser felizes. Há dois erros básicos na forma em que encaramos a felicidade atualmente. Um é não reconhecê-la quando acontece ou considerá-la muito banal ou medíocre para acolhê-la. O segundo erro é o desejo de retê-la, como uma propriedade. Jacques Prévert tem uma frase linda sobre isso: ‘Reconheço a felicidade pelo barulho que ela faz ao sair’.

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