05/03/2025
A mãe sufientemente boa é aquela que vai se tornando desnecessária, onde os filhos conseguem a autonômia para se desenvolverem com confiança. Mães superprotetoras deixam os filhos com autoestima baixa por não acreditar e não impulsionar para a vida os filhos como adultos independentes. A psicoterapia é indicadada para ambos para trabalhar a dependência afetiva.
“O amor tem seu custo. Ele exige coragem.”
A época durante a qual a "mãe positiva" da infância tem sua força reduzida - e na qual suas atitudes também desaparecem - é sempre ocasião para um importante aprendizado. Embora haja um período nas nossas vidas no qual permanecemos acertadamente próximas à mãe protetora (por exemplo, quando ainda somos crianças mesmo, quando de uma recuperação de uma doença ou de um trauma espiritual ou psicológico, ou ainda quando nossa vida corre perigo e o fato de ficar quiera nos manterá a salvo), e embora mantenhamos um vasto estoque de sua ajuda para toda a vida, também chega a hora de mudar de mãe, por assim dizer.
Se ficarmos mais tempo do que o normal com a mãe protetora dentro da nossa psique, vamos nos descobrir impedindo todos os desafios de nos atingirem, o que prejudica o desenvolvimento futuro. Embora eu não esteja de modo algum querendo dizer que uma mulher deva mergulhar numa situação violenta ou torturante, quero dizer, sim, que ela deve fixar para si mesma alguma coisa na vida que ela se disponha a alcançar e, portanto, a assumir riscos para conseguir. É através desse processo que ela aguça seus poderes intuitivos.
Estes, Clarissa Pinkola. Pag. 100, Mulheres que correm com os Lobos, Rio de Janeiro, Rocco, 2018.