17/02/2025
O desejo humano por vínculo e segurança pode nos levar a idealizar relações que, na realidade, nos aprisionam. Na psicanálise, isso pode ser compreendido pelo mecanismo de repetição, no qual a mente, inconscientemente, recria padrões afetivos já vivenciados, muitas vezes associados à dor e ao abandono.
O amor abusivo se sustenta na ilusão de que o sofrimento é um preço aceitável para se sentir amado. Muitas vezes, essa dinâmica reflete experiências infantis não elaboradas, nas quais o afeto foi condicionado ao medo ou à submissão. Assim, a mente busca no presente um amor que remonta ao passado, ainda que seja destrutivo.
O despertar para essa realidade é um processo difícil, pois implica romper com crenças profundas sobre o amor e o próprio valor. No entanto, ao reconhecer esses padrões e trabalhar as feridas emocionais, torna-se possível construir relações mais saudáveis, baseadas no respeito e na autenticidade , um amor que nutre, e não que aprisiona.
Psicóloga Gislene Hillesheim