Psicóloga Camila Dal ' Bello

Psicóloga Camila Dal ' Bello Psicóloga Clínica:
Psicoterapia para crianças, adolescentes e adultos. Orientação Profissiona Consultório Clínico. Avaliação Psicológica.

Psicóloga e Coach, atua com Psicoterapia de crianças, adolescentes e adultos. Orientação Profissional e Vocacional. Coaching para Carreiras e Vida Pessoal. Orientações e Consultoria Empresarial.

Contos e caretas.Depois de muitas andanças pelo mundo afora, ontem voltei a entrar numa rodoviária e estar em um ônibus ...
15/04/2025

Contos e caretas.

Depois de muitas andanças pelo mundo afora, ontem voltei a entrar numa rodoviária e estar em um ônibus por quase 9 horas.
Olho para as pessoas ali a esperar e imagino qual é sua bagagem, de onde vem, para onde vão..
Nas andanças, livros e músicas são ótimos companheiros de estrada.

No saguão de espera, próximo a mim, um menino e sua mãe, também aguardavam o ônibus. Vez ou outra ele me espiava com olhar curioso, que eu retribuía com caretas. É como se abrisse a janela do
parquinho aqui de dentro e deixa-se-o me visitar.
Sem sucesso, o tareco não abriu um único sorriso banguela. Enquanto a cena rolava, aqui dentro muitas eram as angústias sobre o momento que se atravessavam: nova cidade, novas pessoas, nova cultura, talvez um novo lar?!

O ônibus chegou e meu assento era ao do deles. Me acomodei no banco e tirei o livro da mochila, começando a ler.
Me olhando curiosamente, exclamou para sua mãe:
“-Mãe, a gente trouxe livros?” A mãe respondeu que não. Ele continuou: “Mas podemos trazer para a próxima viagem, igual ela?” (Apontando o dedo para mim) “-Podemos sim, vamos lembrar de trazer.”
Continuei a leitura sem interagir na conversa entre eles, olhando apenas de revesgueio.
Mas os olhinhos de bulita não paravam de me fitar, e então lançou a pergunta que não conseguiu calar:
“-tia, o que você está lendo?”
(Um sorriso de satisfação escorreu de canto)
(Em fim ele me notou!)
Mostrei a capa do livro e falei um pouco da história.
“-Você pode me contar essa história?” A mãe riu, pediu desculpas e para que ele não “incomodasse”. Ele não se satisfez, audacioso se levantou e sentou no banco vazio ao meu lado, curioso para ver o livro e ouvir mais sobre a história. Claro, aproveitou e também me pediu se eu tinha algo pra comer (risos) Dividimos os pães de queijo que minha amiga me deu para a viagem, enquanto ele me contava dos Gibis da Turma da Monica.

Pronto, tava feito o vínculo que não aconteceu pelas caretas, mas aconteceu pelas histórias.

Meu coração acomodou as angustias. Laços tem muita força de se fazer, quando histórias queremos conhecer.

Impossível não pensar no meu fazer.🤍

Tenda verde.Numa visita despretensiosa a comunidade de uma amiga, sua mãe querida me ofereceu kiwis para levar para casa...
16/02/2025

Tenda verde.

Numa visita despretensiosa a comunidade de uma amiga, sua mãe querida me ofereceu kiwis para levar para casa. A oferta foi além, me ofereceu a experiência de tirá-los diretamente do pé. Eu nunca tinha visto um pé de kiwi, jamais imaginaria a lindeza das suas folhas largas em forma de coração que subiam pelos pilares. O pé formava uma tenda verde com uma entrada pequena que calculei ser do meu tamanho mas que ainda assim bati a cabeça ao entrar. O frescor lá dentro amenizava o mormaço que nos cozinhava lá fora. Pendurados no alto das estacas estavam eles: graúdos, viçosos, agarrados firmemente nos galhos.
A capoeira arranhava minhas pernas, enquanto eu caminha e resvalava naqueles que caíram de maduros espatifando as melecas.
Enquanto os apalpava para a colheita, a pele áspera me fazia fazia cócegas nos dedos. Eu estava rindo, mas não era sobre as cócegas nos dedos. Era sobre aquelas que se movimentavam em meu peito saltitante, encantado com o pé de Kiwi.

Essa semana falava em minha análise sobre uma curiosidade que pulsa aqui dentro. É um anseio por viver, conhecer, experimentar. Questionava se isso não era um tanto insaciável. Talvez seja... Tomara que seja! Talvez seja essa a minha gana de viver.
A pulsão de vida que saltita em nós e nos move para o desejo.

A natureza nos mostra como há tanto para gente conhecer, sentir, se encantar:
deixar a vida aqui dentro pulsar. 💚🍃🥝

Contemplar. Antes do último atendimento da noite, enquanto o céu se armava para desaguar, deitei no escuro e deixei os r...
29/01/2025

Contemplar.

Antes do último atendimento da noite, enquanto o céu se armava para desaguar, deitei no escuro e deixei os relâmpagos iluminar. O cheiro de chuva invadia o sentir, enquanto a brisa fresca pousava sem pedir.
Um respiro na afobação do dia, um pedaço de ócio.
Luna contemplava a cena, eu contemplava a ela.
A natureza sempre nos ensinando, nos convidando a sentir.
Contemplar - com tempo olhar -
o lar que é refúgio em qualquer lugar. 🤍✨🌙

Querida Ródi:Quando criança, adorava dar nome a qualquer bichinho que se aproximasse, talvez isso os tornava um pouco me...
28/03/2024

Querida Ródi:

Quando criança, adorava dar nome a qualquer bichinho que se aproximasse, talvez isso os tornava um pouco meus.

Numa noite dessas, enquanto minha mãe arrumava o meu “mamá” de leite e açúcar, uma borboletinha branca pousou em mim, paralisada para não assustá-la, sussurrei:
“mãe, olha a Ródi!”

Não sabemos de onde tirei esse nome…
ele só surgiu espontaneamente, como ela.
A Ródi em mim repousou e por um tempo fui seu lar.

Minha mãe sempre diz que quando os bichinhos vem até nós, é por se sentirem em paz..
(uso isso como termômetro da minha energia.)

Hoje, depois de um dia cheio e difícil, que se iniciou às 5:30, já passou das 22 h e eu ainda estou cozinhando o meu almoço de amanhã, dei uma pausa pra ver a lua cheia.

Foi quando se achegou uma “Ródi” em mim.
Viajando no tempo, a visita inusitada da Ródi me projetou pequena e encantada com os bordados dourados em suas asinhas brancas.

Tanto tempo depois Ródi, tarde da noite, aqui tô eu fazendo meu “mamá”.
Cansada, sem muitos bichinhos me visitando, não parando o suficiente para contemplar...

Você veio para me resgatar da vida adulta, acelarada e compromissada, e me lembrar que:
Há alguém que ainda mora em nós e precisa se encantar…
E que mesmo nos dias difíceis, ainda podemos ser um bom lar.

Obrigada pela visita, Ródi!
Saudades de ti (acho que também de mim)..
🦋🩵

“Um dia sem rir, é um dia desperdiçado.” (C.C)Ouvi essa frase quando criança, no final de um espetáculo de teatro que as...
27/11/2023

“Um dia sem rir, é um dia desperdiçado.” (C.C)

Ouvi essa frase quando criança,
no final de um espetáculo de teatro que assisti na minha cidade natal.
A arte me encantou e me encontrou desde cedo.
Essa frase ecoou em mim desde então, e nos últimos dias tem feito ainda mais sentido.
Sou daquelas que foi treinada para segurar o choro, o grito, mas jamais o riso: gargalho alto e em bom tom!
E quando se trata de fazer o outro rir, sou ainda melhor. Posso estar com o coração destroçado, num humor desgraçado, mas ainda assim o riso vem assanhado.
Também aprendi a rir da desgraça, às vezes também sai umas piadas autodepreciativas 😅
sorriso amarelo, sorriso bobo, rindo de nervoso:
rir é minha defesa, mas também meu ataque.
E sabe que sou nisso?!
Nos últimos dias fiz a extração dos meus sisos,
tirei os 4 numa tacada.
Muitos alertas e recomendações:
🗣️ não fazer atividade física, f**ar em repouso, não comer alimentos sólidos, etc. Entre as restrições, não fazer movimentos bruscos com a boca (cuidar para sorrir). Consegui seguir quase todas as recomendações (moderadamente🫢).
Mas qual foi a maior dificuldade? Fechar a “gamela”.
Impossível interagir e não rir!
Já passei muitos dos meus dias sem encontrar motivos para sorrir…
dias doídos, de choro e de ira, dias e dias.
Mas realmente, que desperdício é um dia sem rir!
Para além disso, desperdício ainda maior (de tempo e de vida) é não encontrar motivos pra sorrir e com quem rir. O riso é sempre mais gostoso quando partilhado.
A vida pode nos restringir de muitas coisas, mas que a gente jamais permita que ela nos roube o sentir e a espontaneidade para sorrir.
Em algum canto,
em algum onde,
há sempre algo ou alguém que nos traz motivos pra sorrir.

Rir é necessário para seguir. 🤍

E você, o que/quem te faz sorrir?

“Projeto Farol: iluminando sonhos” ✨🌬️🍃Hoje encerramos esse projeto (que um dia também foi sonho) e se realizou! Foram 1...
28/09/2023

“Projeto Farol: iluminando sonhos” ✨🌬️🍃

Hoje encerramos esse projeto (que um dia também foi sonho) e se realizou!
Foram 10 encontros cheios de trocas e muito aprendizado com essa galerinha!🙌🏽
Falamos de sonhos, de realidade, de dor e felicidade. Brincamos, aprendemos, nos encorajamos a manter acesa aquela luzinha dentro de nós que chamamos de “esperança”: de dias melhores, oportunidades melhores e um mundo melhor.
Que nossos sonhos continuem a pulsar e nos façam voar em busca de realizar!

Agradecemos ao CPM e a escola Irany Jaime Farina pela parceria. Ao programa Fundo Social pelo investimento no projeto e nessa turma, e a todos que vivenciaram esse projeto.

“O sonho é o combustível da alma.” ✨💛

Ao pai que nem bem esteve, e tão cedo partiu.Ausências atravessavam meus dias, antes mesmo da partida. Dias assim (comem...
14/08/2023

Ao pai que nem bem esteve, e tão cedo partiu.

Ausências atravessavam meus dias, antes mesmo da partida. Dias assim (comemorativos) era um vazio-cheio-de-tudo: mágoas, amor, faltas e vontades.

Meu pai foi um grande homem, generoso, sempre disposto a ajudar a todos: se doava tanto para fora, que às vezes faltava pra dentro (pra mim).

Faltava atenção, tempo, afeto, momentos que não viraram memórias.
Um pai que trabalhava demais, que se preocupava demais, que conversava e brincava demenos. Um homem que cresceu num sistema em que o papel de pai era prover o lar, e que estava tudo bem não estar.

São poucas fotos, poucas histórias, poucas memórias… Infelizmente, não tivemos tempo suficiente para nos relacionar em vida com maturidade, teríamos reconstruído nossa história, encontrado outras verdades. Queria mais tempo.

Você não viu eu me formar, não dançamos a valsa, nem te contei sobre o primeiro emprego, as promoções, os sonhos, fracassos e conquistas. Também não pude pedir socorro, pedir conselhos, pedir ajuda… a morte tão prematura, nos tirou essas partilhas.

Por muito tempo tenho trabalhado esses buracos, esses vazios, e ainda tem sido tão difícil…Alguns ainda são abismos inacessíveis, outros tem brotado vida, bonitas paisagens.

Enfim entendi que os nossos atritos, entre desobediências, confrontos e questionamentos, estavam me preparando para o mundo.

Acho que é essa nossa função enquanto adultos: ressignif**ar, simbolizar, fazer algo do que nos fizeram, se refazer.

O desamparo também despertou força e coragem: “Quer? Vai atrás!”, e eu fui! Sigo correndo atrás, não sei bem do que (tô descobrindo), mesmo parecendo tão distante.

Diferente das tantas declarações que li hoje
(talvez como você que me lê),
não, não tive o melhor pai do mundo. Tive um pai real, que foi humano e falho. Mas estou tentando fazer algo do que ele conseguiu ser. E foi o suficiente.
Sem querer, me preparou para me virar e enfrentar o mundo.

Hoje, imersa nesse furacão de lembrar e sentir,
gritos e risos me chamaram pra fora:
era pai e filha, compartilhando tempo,
constituindo memórias.

O amor é o que f**a, quando alguém se vai.

Feliz dia, ao meu, ao seu, aos pais.💙

AngicoAli ele, entre o horizonte azul e verde, desviava a estrada, resistia à lavoura: o Angico. Como lembranças nutrida...
26/06/2023

Angico

Ali ele, entre o horizonte azul e verde, desviava a estrada, resistia à lavoura:
o Angico.

Como lembranças nutridas de afeto, imunes a degradação do tempo;

Como um homem desanimado reencontrando o menino sonhador;

Como um lindo dia de sol,
na imensidão de um céu azul, atravessado pela estrada de pedra, que me leva nem sei pra onde, talvez pra perto de mim.

Forte, resistente, curativo.
Cura o peito sem fôlego,
cura as feridas na pele,
será que também as do tempo?

Tão exuberante e solitário
até parece um domingo.

Angico - Anjico.

Ambiguidades. Acordei, mas queria continuar deitada no quentinho. Um dia cheio e uma enxaqueca persistente. Abri as cort...
21/06/2023

Ambiguidades.

Acordei, mas queria continuar deitada no quentinho. Um dia cheio e uma enxaqueca persistente. Abri as cortinas e essa foi a visão que me despertou…não somente da preguiça, mas no sentir. Um sentir ambíguo: isso é bonito ou angustiante? (talvez caiba algo bonito na angústia quando ela briga com o desejo). Um nascer do sol que disputava espaço com o nebuloso. Réstias de luz que brigavam com a garoa fina. Não sei se era frio ou calor. Não sei se vou ou se fico. Não sei se quero ou não quero. Que confusão!

Tempo depois alguém me dizia que não estava conseguindo enfrentar o dia, a tristeza estava rondando e a energia esgotando.
Força! Não deixa ela te golpear, hoje não!

Diversas foram as lutas travadas no passar do dia: as minhas, as suas, as do céu.
Tem dias que a ambiguidade e a confusão nos atravessa, quanta confusão faz esse coração…
Uma réstia de luz brigando pra não deixar a sombra nos engolir. Um sopro de vida que não nos deixa sucumbir. Dias de chuva, dias de sol, dias de chuva e sol.
Dias.
Necessários sentir, necessários seguir. ☀️⛈️🌦️

AmarDia difícil para os solteiros? Ou para aqueles que ainda se recuperam da dor que o des-amor causou? Sim, amor cura, ...
12/06/2023

Amar

Dia difícil para os solteiros? Ou para aqueles que ainda se recuperam da dor que o des-amor causou?
Sim, amor cura, mas também dói. Quando nos frustramos, idealizamos e não encontramos, quando não somos correspondidos, ou rejeitados, ou esquecidos…
Amar é verbo, e nele cabe tanto, né?

Cabe tanto a ser falado, pensado, sentido.
Alguém me disse que iria desinstalar as redes sociais, não queria testemunhar tanto romantismo alheio. Outros combinaram de sair com os amigos, curtir a solteirice, driblar a carência. Outros trabalharam com ainda mais gana da segunda-feira. Outros passaram o dia esbravejando sobre infidelidade e suas decepções. Há quem marcou date pra hoje. Há quem sobreviveu aos gatilhos de não estar num enlace e fez as pazes com a solidão. Há os que vão sair pra jantar e se declarar, comemorar a sorte de um amor tranquilo. Também há aqueles que estão juntos, mas distantes. E os que estão distantes, desejando estar juntos… E não podemos esquecer dos esperançosos, que não estão a procurar, mas prontos para se encontrar.
De um jeito ou de outro, seguimos atravessando o dia, atravessados pelo simbolismo do amor.
Mas também pela exigência mercantil e cultural que a data traz, de que pra ser feliz, para amar, é preciso ter um par. E tudo bem querer ser ímpar, querer ser múltiplos, querer ser par. O que não podemos negar é que hoje estamos todos refletindo, descobrindo, nossas formas de amar. ♥️

Me ensina?Hoje é dia de “terça super verdinha”. Também foi dia de atendimentos presenciais no consultório. E essa foi um...
31/05/2023

Me ensina?

Hoje é dia de “terça super verdinha”. Também foi dia de atendimentos presenciais no consultório. E essa foi uma das demandas que surgiu, ontem, hoje, enfim, com certa frequência. Afinal, aí está uma angústia humana no cultuo a “independência”, camuflada pela individualidade: a resistência em “pedir ajudar”. Isso exige muito da gente! Nesse mundo de excesso de informações, e de “sabe-tudo”, se implicar no não saber, requer humildade, sinceridade, e acima de tudo – coragem para aceitarmos nossa castração.

Enquanto insistimos em se esconder, despercebemos a lindeza da habilidade humana em se comunicar, se acolher, ensinar, aprender... são nessas trocas que o social e o laço acontecem.

Nos últimos dias essa demanda vem se atravessando não apenas na clínica, mas também em mim. Uma angústia.. um vazio nem sei de quê…

Na banca das batatas-doces (legume que não tenho o hábito de consumir e quando me atrevo, geralmente não faço boas escolhas). Enquanto apalpava uma batata e outra, ao meu lado uma senhorinha simpática, fazia o mesmo (a diferença é que eu não sabia muito o que fazia, mas ela aparentava saber) Como um espirro atrevido, uma gargalhada feliz, espontaneamente saiu um: “me ensina a escolher as batatas?”

Receptiva com um sorriso que me abraçou, ela prontamente se dispôs a me explicar como escolher.
Meu coração alarmou: Era disso que eu precisava!

Aprender algo com alguém: olho no olho, tom de voz…crenças ou ciência? Não sei. Sei que entre tantos vídeos, tutoriais e materiais, nada substitui o acalento de alguém disposto a te olhar, se disponibilizar e te ensinar.
Admitir minha limitação de não saber. Usufruir da minha eterna posição de aprender.
Afinal, quando deixamos de aprender, não alimentamos a curiosidade pelo saber e evitamos crescer.
Impedimos a vida e o outro de nos surpreender.
Todo mundo tem algo a ensinar, todo mundo tem algo a aprender.
Obrigada senhorinha das batatas!

Satisfeita, escrevo esses devaneios comendo minha batata-doce de colherinha, assada no forninho, como aprendi desde pequenininha.
Era disso que eu precisava! Acessar minha pequenez!
Ouvir e sentir, como se fosse a primeira vez.🤍

Tenho pavor de lugares fechados. Me privam do respirar. Pós sensação claustrofóbica, me ponho a vasculhar: “por onde pos...
04/05/2023

Tenho pavor de lugares fechados.
Me privam do respirar.
Pós sensação claustrofóbica, me ponho a vasculhar:
“por onde posso sair, aonde encontro ar?”

Ao entrar no ônibus hoje a tarde, me deparei com todas as janelas fechadas. Antes de me acentar, percorri o corredor abrindo-as,
liberando a passagem de ar.
Só então consegui relaxar.

Uma vovozinha, sentada no primeiro banco, que acompanhava meus movimentos sorrindo, se atreveu a questionar:
“Não gosta de se sentir presa?”
A pergunta ecoou no ar…

Não gosto de nada que venha a me privar.
Seja de sentir o vento, seja em me paralisar.

Sentei e me coloquei à pensar.
Meus olhos distraídos, atravessaram a janela escancarada, fixando-se na mensagem estampada:
“saída de emergência”, (elas existem, em quase todo lugar).

Minutos antes, escutava de um paciente que dizia com grande desesperança: “não vejo saída.”
(Sei bem que ele vai encontrar)

Talvez essa
seja a importante função dos apertos da vida:
nos treinar para encontrar saídas.
Pois lá fora a vida, ainda insiste em pulsar. 💚🍃
✍🏼 - Camila Dal’ Bello

Endereço

Erechim, RS

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