19/02/2025
Devastação masculina?
Existe devastação em homens?
Esta foi a questão que ressoou na conversação das IV Jornadas de Cartéis da Escola Brasileira de Psicanálise Seção Leste-Oeste, realizada em 7 e 8/02/2025, sob o título "Coletivo de Uns", a partir da apresentação do trabalho "Saídas da Devastação" e à qual me coloco ao trabalho.
Publico aqui a livre tradução do trecho trazido pelo intitulado "Devastação é o outro lado do amor" que nos serve como trilha à face epistêmica desta práxis!
"A devastação é o outro lado do amor. Seguindo a estrutura do não-todo, o sintoma do parceiro torna-se a devastação.
A devastação é o retorno da demanda de amor, tal como o sintoma, mas com um índice de infinito que o distingue do sintoma clássico que é sempre localizado, elementar, identificável, classificável, e cuja estrutura é portanto masculina - pode-se fazer sintomatologias.
Do lado feminino, o sintoma é marcado pela infinidade do não-todo, daí a sua forma de devastação."
Jacques-Alain Miller, Analysis Laid Bare, 2023, p.81.
Pensar o falasser cristalizado em uma única maneira de obter satisfação na vida, endereçada ao órgão, sim, seria uma via para afirmar que não há devastação em homens.
Pensar o falasser que transite entre as múltiplas maneiras de obter satisfação, anunciadas desde Freud, e condensadas por Lacan no Seminário 20 - "mais, ainda..." nas "fórmulas da sexuação" implicaria afirmar: há devastação em homens.
É que a (in)satisfação na vida é algo que se experimenta. E algo desta experiência é possível nomear, algo escapa sem nome, mas se experimenta, tanto em corpos homens e mulheres.
Esse um saber/não-saber pela via da experiência é o que nos leva aqui a abrir uma segunda questão:
Como definir homem(ns), mulher(es) na contemporaneidade?
Em atenção à conversação em
(coordenação de mesa)
Com
Seguimos conversando🌿