14/07/2025
Sim, essa relação realmente procede — embora ainda esteja sendo estudada e não se possa afirmar com 100% de certeza que uma causa a outra, há evidências crescentes de que doenças periodontais (inflamações gengivais causadas por bactérias) podem estar associadas ao desenvolvimento ou agravamento do Alzheimer.
O que mostram os estudos:
1. Presença de bactérias do tipo Porphyromonas gingivalis no cérebro
Pesquisas identificaram essa bactéria, comum em casos de periodontite, no cérebro de pacientes com Alzheimer. Além disso, toxinas produzidas por ela, chamadas gingipaínas, foram encontradas em níveis elevados nos cérebros afetados.
2. Inflamação sistêmica como fator de risco
A periodontite crônica gera inflamação sistêmica de baixo grau, que pode contribuir para danos neuronais ao longo do tempo. A neuroinflamação é uma das marcas do Alzheimer.
3. Estudos em animais
Em modelos animais, a infecção oral por P. gingivalis foi capaz de:
• Invadir o cérebro,
• Causar alterações típicas do Alzheimer (como acúmulo de beta-amiloide),
• Prejudicar a função cognitiva.
4. Associações epidemiológicas
Pessoas com histórico de doença periodontal severa apresentam risco aumentado de desenvolver Alzheimer ou outros tipos de demência.
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Importante destacar:
• Ainda não se sabe se a doença periodontal causa Alzheimer diretamente ou se é um fator de risco entre muitos outros.
• O Alzheimer é multifatorial, envolvendo genética, estilo de vida, doenças cardiovasculares, entre outros.
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Conclusão:
Manter uma boa saúde bucal pode ajudar a reduzir a inflamação crônica e possivelmente o risco de doenças neurodegenerativas. A higiene oral adequada e visitas regulares ao dentista podem ser mais importantes do que se imaginava, inclusive para a saúde cerebral a longo prazo.