
12/09/2025
Há quem enxergue apenas o gesto cruel.
A pedra lançada, a palavra cortante, o silêncio que fere.
Mas poucos suportam olhar além — para o vazio que antecede o ato, para as cicatrizes que moldaram aquela violência.
Quem agride não nasce pronto para ferir.
Carrega dentro de si fantasmas antigos, dores não ditas, um passado que insiste em gritar.
Nada disso apaga a responsabilidade. Nada disso torna o mal menor.
Mas lembrar que há uma história por trás do agressor é reconhecer a tragédia humana em sua forma mais nua: a dor que não foi acolhida se transforma em dor que é devolvida.
O humano é contraditório, frágil e imprevisível.
Julgar é fácil, mas compreender exige coragem: coragem de ver que até na escuridão pulsa a marca de uma ausência de luz.
Até na violência mais fria, pulsa a marca de uma dor que não encontrou voz. 🦋