03/11/2024
..apesar de não parecer. O contexto importa!
No contato com adultos com diagnóstico de câncer ou profissionais oncológicos, volta e meia, percebo que a alimentação vem DESCOLADA do que rodeia a vida dessa pessoa. Renda, cor, orientação sexual, influência familiar, religião, cultura são quase que 100% desconsideradas da relação que a pessoa tem com a comida, despregados do que ela come.
O que beira o absurdo pois cuidamos de pessoas e não de pedaços de pessoas.
O ser não vem separado em caixinhas, não é um quebra cabeça pra ser montado ou moldado.
É inteiro: psicológico, médico, social, físico, antropológico, é gente. Sê inteiro.
Não é olhar só pra um ponto, nem a partir do seu ponto ou se colocando no ponto do outro, mas entender o que o alimento signif**a para o outro, na vida do outro, onde estão seus signif**ados.
Enquanto insistirmos em olhar para peças de pessoas, o cuidado seguirá sendo insuficiente, falho.
O corpo é gente, é construção social, reflexo do que tá ao redor, vai além do que está dentro - dentro, muitas vezes, é reflexo do fora.
Se o alimento alimenta o corpo, ele não seria também social? Não dependeria também do que está ao redor? Como deixar o redor de fora? Como trazer pra dentro? Pro centro?
Pense nisso!