30/07/2025
Existem coisas que não se pedem — se sentem, se oferecem, se cultivam.
Atenção, presença, afeto, respeito...
O mínimo não se cobra, porque quando é necessário cobrar, já está faltando.
Não se implora disponibilidade emocional, cuidado ou escuta.
Esses gestos nascem do interesse genuíno, da consideração espontânea.
Quando precisamos explicar demais o que é o básico, algo já está descompassado.
A ausência de pequenas atitudes diárias — uma mensagem de bom dia, um olhar atento, um gesto de cuidado — revela muito mais do que palavras poderiam justificar.
E é nesse espaço do "mínimo ausente" que, muitas vezes, nos perdemos tentando justificar o injustificável: "ele(a) não sabe demonstrar", "está ocupado demais", "um dia vai mudar".
Mas o que machuca não é a falta de demonstrações grandiosas.
É a ausência do que deveria ser natural.
Relacionamentos saudáveis não exigem esforço para existir o básico.
O mínimo deveria ser ponto de partida, não meta inalcançável.
Então, da próxima vez que você se pegar cobrando algo simples — presença, verdade, respeito — pare.
E pergunte-se: por que estou insistindo em algo que deveria vir por vontade, e não por pressão?
Você merece reciprocidade sem manual de instrução.
O mínimo não se cobra. Se reconhece. Se recebe.
Ou se vai.