11/06/2025
Esta é uma história em que sopram os ventos de poder, paixão e profunda transformação. Hoje, a Lua Cheia chegou a Jyeshta e há um um ciclo que se repete, que varre o mundo, onde velhas histórias ganham nova forma.
Jyeshta, a estrela de Indra, o deus guerreiro, nos lembra das vezes que o próprio desejo sussurrou mais alto que a consciência.
Indra, grandioso em força mas também preso aos próprios impulsos, transgrediu limites, perdeu-se nos labirintos do prazer… e pagou o preço.
Um dia, encantado pela beleza da esposa de um sábio, mesmo sabendo que era proibido, usou seus poderes para assumir a forma do próprio sábio e iludiu a mulher, acreditando triunfar sobre o impossível.
Mas nenhum ato escapa ao olhar atento do destino. O sábio, desconfiado, retorna à casa e desvenda a farsa. Indra é descoberto e sofre uma maldição: seu corpo se cobre de cem vaginas que o expõem ao mundo.
Indra, antes tão poderoso, agora sente o peso da vulnerabilidade. Rogou aos deuses por alívio, e assim as vaginas se transformaram em olhos — olhos que tudo veem, mas também tudo sentem. Despido de suas defesas, incapaz de seguir buscando fora o preenchimento para seu vazio, Indra se volta para dentro de si. Descobre, enfim, que o verdadeiro poder nasce do encontro com a própria sombra, e que só é possível se reinventar quando permitimos sentir de verdade.
Assim surge o pratyahara, o recolhimento dos sentidos — princípio do Yoga.
É nesse cenário, com a Lua Cheia em Jyeshta, que todos nós somos convidados a revisitar nossas fronteiras, paixões e impulsos. A Lua em Escorpião pede profunda transformação, mas o olhar já aponta para Sagitário: a travessia rumo à nossa verdade mais essencial, livre de contratos antigos que já não fazem sentido, rompendo com padrões que antes comandavam nossos medos e escolhas. Assim como está acontecendo no mundo, em que velhos paradigmas pedem para cair.
Revolucionar-se é abraçar o caos do próprio ser e encontrar, dentro de si, a coragem para transbordar e recomeçar. É aceitar que busca por controle absoluto é ilusão, e que a maior segurança nasce da vulnerabilidade honestamente vivida.