
06/09/2025
EXISTE UM NÚMERO LIMITADO DE AMANHÃS.
Depois do meu acidente — momento em que, por sorte ou por não ser “minha última manhã”, continuei neste plano — decidi seguir diferente.
Ao mesmo tempo em que reconheci e honrei a forma como escrevi minha história até aquele momento, mergulhei em mim mesma. Optei por dias mais longe de todos, por movimentos mais presentes e por escolhas mais minhas.
Meu próprio espaço interior tornou-se um lugar pedindo novas experiências, e é nele que venho caminhando. É uma sabedoria sutil e necessária, sustentada pela minha fé e apoiada pela minha ancestralidade. É a decisão de assumir ainda mais meus desejos, minha vulnerabilidade, meus talentos e meus desafios. Não somos imortais, de modo que cada escolha importa. É imperativo descobrirmos o que nos atrai tão profundamente em direção a nós mesmas. Permitir que aquilo que até então silenciamos tenha mais que voz — que vire atitude.
Eva Perón teve 12 mil manhãs.
Pouco? Depende.
Ela incendiou a maioria delas. Trinta e três anos foram suficientes para mantê-la viva no coração de mulheres como eu. Visitando seu túmulo mais uma vez, entre bilhetes e flores deixados diariamente, me certifico de que não nasci para deixar minha vida em rascunhos, esperando o momento certo, nem para passar imune às transformações e recados da vida.