10/03/2025
A chegada de um nova vida em uma família é recebida com festas e sorrisos. A partida é marcada por lágrimas. E eu, habituada a viver os sorrisos do nascimento, tive que lidar com a dor da partida nos últimos 15 dias.
Pai, sua partida foi inesperada. Muito antes do que eu jamais poderia imaginar.
Doeu.
Doeu muito não ter visto seu sorriso uma última vez na festa dos seus netos (embora eu saiba que você estava radiante em vir à Florianópolis para isso).
Doeu saber que você não irá ver pronta a sua nova casa, que, com certeza, te encheria de orgulho e adoraria nos receber por lá.
Doeu saber que não teremos mais você, para abraçar, para conversar, para conviver!
A dor da despedida é inevitável.
Mas, ao longo de todos esses dias de internação em UTI, de incertezas e de medo, me peguei pensando o que me doeria ainda mais?
Me doeria demais te ver preso a uma cama, limitado em fazer o que mais amava: conversar e comer. Não consigo te imaginar preso em seu próprio corpo, com limitações que a medicina talvez ainda não seja capaz de superar.
Então, mesmo doendo percebi que esse era o momento de te deixar partir.
Falei baixinho no seu ouvido, quando já sabia que qualquer esforço seria em vão: "Se for o melhor, pode ir. Vá em paz que cuidaremos de tudo por aqui. Cuidaremos da sua esposa amada, dos seus netos queridos e de todos os seus negócios. Vá em paz! Vá se encontrar com sua mãe, seu pai e suas irmãs, que não tive a oportunidade de conhecer. Um dia nos reencontraremos." E fui invadida por uma paz enorme em meu coração.
Ter a oportunidade de me despedir foi um privilégio que poucos vivem.
Pai... obrigado por tudo o que fez por nós. Obrigada por nos ter dado uma família unida e por ter me ensinado tanto sobre trabalho e caráter.
Você deixou um pedacinho de si em cada um de nós e em cada um de seus netos.
Te amaremos para sempre "vovô Mario".
☆ 07.8.1957 + 04.03.2025