15/06/2024
O ódio é muito mais intenso que o amor. Você já tinha pensado nisso?
O bebê nasce odiando porque quer que tudo aquilo que lhe tira e impede de ter o seu amor desapareça.
Todos os estímulos e sensações desagradáveis ele quer que desapareça, e isso é uma condição de sobrevivência. O bebê precisa se sentir seguro e amado para sobreviver. Por isso Lacan nos falou que “toda demanda é demanda de amor”. Para que um adulto cuide de um bebê, esse adulto precisa amá-lo e deseja-lo de alguma forma. Dessa forma, quando o bebê chora por sentir fome, ele pede amor e não o seio.
Talvez, em uma primeira ma**da, ele quis matar sua fome orgânica. Mas, sentindo o prazer desse ato, passa a pedir por amor, para ser amado e cuidado.
Mas, então, como poderíamos aprender a amar?
Para amar, é preciso furar o narcisismo primário de um bebê. Ele precisa reconhecer que existe o eu e o outro. Se não houver essa diferença, ele amaria apenas a ele mesmo.
Mas como assim?
Ao nascer, de fato, o bebê não reconhece as diferenças, ele sente como se ele e a mãe fossem um só, uma mesma celula narcísica.
No processo de separação com essa mãe e a entrada de um terceiro nessa relação (de um pai, outra mulher, uma tia, uma babá, a escola ou até o trabalho da mãe) o bebê pode começar a compreender as diferenças e entende que eu não sou o outro. Até isso não acontecer (ou se não acontecer), amando sua mãe ele já estaria amando a si mesmo, pois eles seriam um só
Por isso que dizemos que amor e ódio andam juntos. E, o ódio vem antes do amor.
Por fim, onde tem amor SEMPRE haverá ódio, mas onde há ódio não necessariamente haverá amor.
Psicóloga Mariana Faturi