22/06/2025
O domingo tem uma pressa estranha. Não a de quem corre, mas a de quem sente que o tempo escorre por entre os dedos.
É um dia que começa lento, com cheiro de café e preguiça, mas já carrega a sombra da segunda-feira. A mente tenta aproveitar, mas o corpo já se inquieta.
Há uma urgência silenciosa em ser feliz no domingo, como se fosse preciso preencher o dia de sentido antes que ele acabe.
E nessa tentativa apressada de viver o ócio, o descanso vira tarefa.
O domingo então não é só dia de pausa, é também o ensaio da angústia do recomeço.
Talvez seja possível pegar essa angústia e dançar com ela, pois é disso que a vida é feita: de começos e fins. Fins de semana, começos de semana.