
10/04/2025
dos primos ,pintura e , poema
Versos Dekasseguis
a Yoshie e Kazuo, Hoshinos
Não tenho projetos,
tenho recados
de trinta mil anos
irrequietos.
Não tenho planos,
tenho poemas
a sete chaves
e outros mistérios
fomes, esquemas,
remorsos graves,
parentes sérios
de grandes pautérios.
Não tenho lemas,
tenho saudades
dos dekasseguis,
cartas seladas
no sal dos mares
jamais entregues.
Não tenho lares,
altares, Budas.
Não tenho fundos
e sim bem fundas
raízes postas
no chão dos mundos
donde partiram
meus ancestrais.
Não tenho rotas
nos Campos Gerais,
mas campo de estrelas,
gordas colheitas.
Vim nas viagens
meridionais
sob o ditames
de frutas velas
só de origem
entre os Hoshino
de ontem, de quando
fugiam do mando
do Sol rapino.
Não tenho receitas,
tenho receios
de múltiplas ordens,
fundadas suspeitas
sobre os doutores
e seus remédios.
Não tenho labores
nem tenho luzes
mas sim moléstias
(rastros de tédios
orientais),
surtos, pudores,
falsas moléstias
Tenho pavores de tantas cruzes
geracionais.