13/10/2024
Além das telas, dentro de mim
Ontem chegou uma caixa cheia de livros que o maridão comprou pra mim, e isso me fez pensar em algo importante.
Aqui em casa, temos tentado ser mais do que celular, computador e rede social. As conversas são mais presentes, os jantares mais lentos. É mais fácil notar o outro — e a si mesmo — quando você não precisa dividir a atenção com uma tela cheia de estímulos.
Eu trabalho com o computador e a internet. A tela é uma extensão do que sou, mas não de tudo. Às vezes, ela pode ser danosa ao que eu poderia ser.
Já entendi que o meu jeitinho é complicado, denso, poético e cheio de rodeios — sou o terror do meu marketing. E tudo bem. Porque essa sou eu. E, se sou do marketing, mas não sou de mim, sou apenas um número.
Mas falei tudo isso para te contar sobre os livros, lembra? Eu escrevo e estudo muito. Mas, nesta semana, me peguei COMPLETAMENTE bloqueada para fazer roteiro dos vídeos que gravo pra cá, porque estava tapando minha principal fonte: eu mesma. Meus livrinhos, minhas peças de teatro, os quadros que me tocavam.
Comecei a me perder na missão de “fazer vídeos dos quais eu me orgulharia e que performassem melhor que os meus.” Mas, sem perceber, eu não estava me inspirando nos conteúdos que consumia. Estava me comparando, me diminuindo, me apagando.
Eu não quero ser um sucesso se não for eu, sabe? Não me serve.
Então o maridão me comprou livros, e eu fiquei em êxtase. Escrevi, tive ideias, fui e voltei, fui de novo. Sorri.
As redes sociais nos transformam em algo primitivo, preso a comparações com pessoas que, no fundo, nem queremos ser, e nos fazem esquecer do que realmente importa para nós.
Eu quero ser a psicóloga que transforma vidas com conteúdos relevantes — e a fonte disso sou eu, não o que os outros fazem.
É isso. Tem muito da gente aqui, mas tem muito mais da gente fora daqui, e hoje eu queria te lembrar disso.
Com amor,
I.