André Luiz Santiago Pires Bessa - Psicólogo

17/04/2025

17/03/2023

Temos visto nos últimos dias várias demonstrações de homens sendo violentos com as mulheres. Poderíamos pensar que essas demonstrações são exceções. Não são.

Nós homens somos criados em uma cultura de violência contra as mulheres, contra as ditas minorias e contra nós mesmos. Desde muito cedo, somos induzidos que o valor de um homem está na capacidade de ter mais: mulheres, dinheiro e silêncios.

Sustentamos essa violência porque somos beneficiados por ela. Mesmo a custo de nossa própria saúde mental.

Será que vale realmente a pena?

Até quando vamos "proteger" nossa vulnerabilidade atrás de uma lógica fálica falida que mais causa prejuízos aos homens e que mata mulheres todos os dias?

Coragem não é se identif**ar com o opressor: Corajoso é aquele que olha pra si e vê no que falha, no que precisa melhorar e o que dói.

29/08/2022

Olá Desejantes, tudo bem?

Para os que não viram, esse post contém spoiler sobre Strangers things! 🚨🚨
Na 4° temporada da série, nós retornamos a cidade de Hawkins, e vemos que as relações estão certamente desgastadas pelo tempo, com a distância do Will, da Onze e de seu irmão.

Os meninos e meninas em Hawkins estão diferentes, já não são mais crianças, agora adolescentes que vão revendo seus projetos de vida, enquanto uns continuam jogando RPG e continuam buscando esse ideário simples, mas não simplório, outros querem coisas mais idealizadas como ser o mais popular...

O grande vilão dessa temporada é apresentado como Vecna, um ser que entra na mente de uma forma quase líquida br**ca com as verdades das pessoas ao ponto que ele quebra e assim mata o personagem. Nesse sentido o vilão, que mais tarde sabemos que é o primeiro filho da experiência que produz seres super-poderosos, pode ser vista de forma diferente. talvez ele possa ser usado como uma metáfora para a depressão, que vai nos mudando pouco a pouco, nos apresentando versões, formas de viver diferentes do que a gente acha que somos, e que vai nos quebrando.

É interessante ver que para fugir do Vecna, eles usam a música e a arte, é a forma de nos trazer de volta de uma maneira positiva, que nos faz sentir. Podemos dizer de certa forma que o grande vilão da temporada é como a depressão de fato, que nos faz lembrar do que não gostamos em nós, e o que nos salva dessas relações autodepreciativas sejam as ligações que fazemos com o mundo e com os sentimentos. Algo que a arte nos fala tão bem.

Strangers things pouco a pouco fala sobre as relações, sejam interpessoais ou relação com a arte num todo, como são importantes para quem não nos percamos de nós mesmos.

27/08/2022

Desenvolver um espaço de silêncio para ouvir a necessidade do outro. Essa é a tarefa e a missão de ser um psicólogo. Aquele que não supõe saber, mas que sabe escutar. E é dessa delicada qualidade de escuta que surge o cuidado.

Nós, psicólogas e psicólogos, nesse processo de cuidado pleno, acompanhamos o paciente em seu desenvolvimento pessoal, em seu próprio trabalho de autocura.

Feliz dia 27 de agosto a todos que compartilham deste trabalho! 😄🙌

26/08/2022

Olá desejantes, tudo bom?
O que é ser ? Tem várias respostas, ou pequenas respostas para isso: Ser forte, sustentar sua família, querer ter todas as mulheres, ser ambicioso, ser bruto. Todas essas respostas tem uma estética envolvida: o homem de sucesso, poderoso e forte.
E impossível de sustentar.
Ninguém vive de imagem e NINGUÉM é uma coisa o tempo todo. Você pode ser bem sucedido e ter ansiedade, você pode ser forte e ser sensível, você pode ter atração por muitas mulheres e ser respeitoso com elas. Isso não nos faz menos homem.
Muito pelo contrário, sustentamos a imagem de força por vias "facilitadas" pela sociedade para os homens: é fácil o homem ser bruto e não ligar para os outros e não lidar com seus sentimentos, difícil é conseguir olhar pro outro com candura sem perder o poder do próprio desejo.
Mesmo que lidemos com imagens, não precisamos, como homens, nos reduzir a elas.

24/08/2022

Por que a psicanálise?
Vivemos em um mundo de acelerado e tenta nos definir o tempo todo: Se você quer ser alguém tem que ir nos lugares certos, usar certas roupas e agir de certa maneira. Ser quem você quer ser diferente de quem você é.

Essa maça na ponta da vara nos faz andar de forma ansiosa e destrutiva, muitas vezes. Focamos nesse "eu fora do eu" que a sociedade nos apresenta e vamos aos poucos nos distanciando de nós.

É na análise que vamos afastando todos esses "eus" que não nos pertencem e buscando um Eu mais próximo de nós. Vamos nos desligando do que os outros acham sobre nós e achando o eu que age em tudo que fazemos. Freud dizia que toda vez que uma pessoa entra na clínica é uma psicanálise nova que se faz porque cada vez que alguém novo entra é um novo eu a ser descoberto...

22/08/2022

Olá desejante, quando procurar ajuda?
Primeiro, se deve procurar ajuda sempre quando dói. Sempre.
Mas quando procurar ajuda psicológica? Freud dizia que era quando a dor de existir supera a dor de fazer uma análise, mas eu não deixaria tudo f**ar tão dolorido.
Procure ajuda e persevere, a mudança vem.

19/08/2022

Olá desejantes, estes são (alguns) dos 5 benefícios da psicoterapia:

1. Autoconhecimento. Fazer terapia é se conhecer de uma forma mais direta, mais clara. Sem todas as coisas que achamos de nós, mas o que sabemos de fato sobre nós.

2. Conhecimento do(s) outro(s). Quando sabemos quem somos, o que vem do outro f**a bem mais claro. Nossas influências das outras pessoas são comuns, e fazem parte de nossa formação em um momento inicial, mas quando sem controle só nos atrapalha e não permite nossa formação.

3. Menos sofrimento. Sabendo o que é meu e o que é do outro, sofro menos. Se é meu resolvo ou está resolvido, se é do outro não é uma questão para eu resolver e sim para o outro. De um lado ou de outro, o sofrimento é mínimo.

4. Maior liberdade. Se conhecendo, conhecendo o outro e sem sofrer tanto, somos mais livres para fazemos o que quisermos e, sempre, colhendo o que vier com esses comportamentos.

5. Uma vida seguindo o próprio desejo.

É isso.

18/08/2022

Olá desejantes,
Bom, temos a resposta curta e a resposta longa para isso.

A curta é: a investigação do inconsciente que tem como ganho terapêutico a consciência dos processos e sua melhoria no dia-a-dia do analisando.

Não explica muito, não é?
O que Freud descobriu, na realidade, é que as terapias de sua época não entravam em uma questão central naquele tempo e central hoje: não estamos em total controle sobre nossas vidas. Pensamos que o pensamento racional junto ao conhecimento "isolado de emoção" seriam o bastante para sermos ser humanos ideais, mas sentimos e vemos todos os dias coisas e situações que não queríamos experienciar.

A psicanálise é o ramo do conhecimento que faz com que vejamos a parte de nós que esquecemos que temos, mas nos governa. Que muitas vezes faz com que achemos que temos que sofrer mais que queremos, pagar um preço mais caro para viver...

E é também o ramo que faz com que vejamos que esse preço é muito alto.

17/08/2022

Olá desejantes, tudo bom?
Mais do que uma br**cadeiras no RH, perfeccionismo é uma questão séria e precisa ser vista de acordo.

Quando pensamos em perfeccionismo pensamos em pessoas ativas, que podem demorar muito para fazer algo, mas quando fazem sai perfeitamente. Não pensamos em pessoas aparentemente preguiçosas.

Podemos estar errados.

Para as pessoas perfeccionistas, fazer algo com o nível de autocrítica e empenho que elas tem é tão cansativo e drena tanta energia que as vezes é mais fácil só não fazer nada. E só quando estão já fazendo algo, "no ritmo", iniciam algo novo que vai demandar muito do tempo e dedicação.

Qual a saída? Entender por qual razão a pessoa é tão crítica consigo. Quando a dor envolvida, quase sempre há um trauma. Sentir-se pouco ou insuficiente para fazer algo não é uma boa saída para fazer essa coisa bem.

E eu digo bem e não perfeito!

16/08/2022

Não precisamos ser perfeitos...

15/08/2022

Olá Desejantes, tudo bem?

Para os que não viram, esse post contém spoiler sobre o filme "tudo em todo lugar ao mesmo tempo" ! 🚨🚨
Esse filme é uma obra-prima do cinema dos últimos anos, um dos melhores filmes que já assisti inclusive, ele se apresenta com uma forma meio Sci-fi (Essas obras sempre têm algum tipo de relação com um futuro ou um presente ficcional, onde a ciência e a tecnologia têm grande impacto sobre a vida de indivíduos ou da sociedade geral)

Não se deixe levar pela superfície do filme, ele é extremamente profundo. Evelyn (Michelle Yeoh) é a mãe, Joy Wang (Stephanie Hsu) a filha e o pai Waymond (Ke Huy Quan) e como esses imigrantes tentam a vida de uma forma muito identificável com a brasileira, sempre na berlinda, sempre na possibilidade de perderem o pouco que construíram juntos, resistem as adversidades da sociedade.

Não quero falar muito para não estragar as surpresas do filme, mas a forma bela e leve que o filme fala sobre relações só se contrapõem a quantidade de imagens rápidas e fortes que observamos ao decorrer da história.

É um filme que não se pode ver de uma forma leviana, é necessário atenção total ao filme, e no final nos fala de um lugar tão bonito que é pouco explorado pela nossa sociedade, tão pouco visto, muito diferente dos últimos 10 anos. O filme usa essa cinematografia do herói de impacto contra ela mesma, e nos fala sobre como as relações muitas vezes se contrapõem a essa loucura brilhante e visual que a sociedade tem nos viciado, então veja tudo em todo lugar ao mesmo tempo.