22/05/2025
Enquanto o mundo lá fora continua: as pessoas vão trabalhar, os carros passam na rua, o mercado abre no horário… por dentro, algo se modif**a.
Quando alguém muito querido morre, o tempo pode parecer parar num ponto específico da história. Talvez como se a realidade seguisse em frente, mas quem ficou estivesse travado no momento em que tudo mudou.
O luto não é só a ausência da pessoa. É a ausência do que a vida era com ela. Das conversas que não vão mais acontecer, das pequenas rotinas que preenchiam os dias, dos planos que de repente perderam o sentido. Muda o jeito de acordar, o jeito de andar pela casa, até o silêncio muda. O mundo conhecido deixa de existir e você não conhece maneiras de viver em outro.
Por isso, o luto não é apenas sobre aceitar a morte. É também aprender a habitar um mundo que já não tem a mesma forma. É atravessar perdas visíveis e outras tantas que ninguém vê: o papel que se deixava ocupar, a segurança que se esvai, a sensação de pertencimento que parece ter sumido.
O mundo segue girando, sim. Mas gira de um jeito estranho para quem ficou. E até que um novo sentido seja possível, de viver e sentir, mesmo sem entender tanto. É cuidar da sua dor, mesmo quando ela parece não ter fim. É reconhecer que algo se partiu, e que, com o tempo, talvez surjam novas formas de continuar (não iguais, mas possíveis). Sempre com espaço para a memória e para o afeto.
Bom, e mesmo que o mundo não pare, tudo bem se você precisar parar um pouco. Respirar, sentir e seguir no ritmo que for possível.