03/12/2024
O metabolismo da cafeína e consequentemente seus efeitos são amplamente influenciados pela genética. O gene CYP1A2 codifica a enzima responsável pelo metabolismo primário da cafeína no fígado. Além disso, outros genes, como AHR e ADORA2A, também desempenham papéis relevantes.
CYP1A2 e o metabolismo da cafeína
Polimorfismos do CYP1A2:
O CYP1A2 apresenta variantes genéticas que classificam os indivíduos em metabolizadores rápidos ou lentos:
CYP1A2*1A: associado a metabolizadores rápidos.
CYP1A2*1F: associado a metabolizadores lentos.
Indivíduos com o alelo *1F metabolizam a cafeína mais lentamente, o que pode aumentar sua sensibilidade a seus efeitos, como insônia ou ansiedade.
Indução e inibição do CYP1A2:
O consumo regular de cafeína pode induzir a atividade do CYP1A2 em metabolizadores rápidos, mas a indução é limitada em metabolizadores lentos.
AHR (Receptor de Hidrocarboneto Aromático)
O gene AHR regula a expressão do CYP1A2. Polimorfismos nesse gene podem influenciar indiretamente a taxa de metabolismo da cafeína. Indivíduos com variantes que aumentam a expressão do CYP1A2 metabolizam a cafeína mais rapidamente.
ADORA2A e sensibilidade à cafeína
O gene ADORA2A codifica o receptor de adenosina A2A, que está envolvido nos efeitos estimulantes da cafeína no sistema nervoso central. Polimorfismos neste gene não afetam o metabolismo diretamente, mas influenciam a tolerância e os efeitos percebidos da cafeína, como ansiedade e sono.
Implicações clínicas e personalização do consumo:
Metabolizadores rápidos (CYP1A2*1A):
Toleram melhor doses maiores de cafeína.
Menor risco de efeitos adversos.
Experimentam mais intensamente os efeitos positivos da cafeína: aumento da disposição, foco e estado de alerta.
Metabolizadores lentos (CYP1A2*1F):
Maior probabilidade de efeitos indesejáveis como, insônia, ansiedade, taquicardia e hipertensão.
Recomendação de não consumir cafeína ou limitar a ingestão a doses que não resultem em efeitos indesejáveis.
Experimentam menos intensamente ou não experimentam os efeitos positivos da cafeína.
Sendo assim, a genética mostra que os efeitos daquela saborosa xícara de café, não são os mesmos para todas as pessoas.