21/01/2025
Ter um bebê é, em termos energéticos, muito mais exigente do que se costuma pensar, mostra um novo estudo.
Gerar uma nova vida implica um consumo de energia muito elevado, que é distribuído de forma diferente ao longo dos meses.
Durante o tempo da gravidez, criar e carregar uma nova vida envolve 49.753 calorias - o equivalente a 199 barras de chocolate Snicker, cada uma contendo 250 calorias, explica Dustin Marshall, coautor do estudo publicado em maio do ano passado na revista Science.
Para a análise, Dustin Marshall, professor de biologia evolutiva na Monash University em Melbourne, na Austrália, e a sua equipe usaram dados de milhares de artigos científicos existentes para analisar o custo energético [da gravidez] em várias espécies.
“Apurámos que a energia total necessária para a reprodução é muito maior do que se pensava anteriormente”, explica o principal autor do estudo, Samuel Ginther, investigador de pós-doutorado em ciências biológicas na Monash University.
A maior parte da energia adicional que uma pessoa grávida necessita vai para o desenvolvimento do feto e para o peso da barriga que é carregado, explica Samuel Ginther.
“A maior parte da energia que os mamíferos destinam ao processo de reprodução é gasta no calor metabólico, apenas 10% acaba mesmo no bebé”, refere Dustin Marshall, também por e-mail. “Quando se tem em conta a lactação e a carga metabólica, o bebé em si representa menos de 5% do investimento reprodutivo total”.
As necessidades de calorias adicionais não são iguais ao longo da gravidez - são necessárias mais à medida que o tempo avança, aponta Dustin Marshall.
Os investigadores apuraram que uma pessoa precisaria de cerca de 182,48 calorias adicionais por dia durante os cerca de 272,62 dias de uma gravidez.