15/11/2024
Caso bastante gratificante que operamos na última semana. Paciente de 94 anos , que retornou ao meu ambulatório pq foi dado alta devido a idade em tentativa de tratamento conservador por outro colega . Preocupação pertinente , já que nessa idade há grande labilidade da condição clínica . Entretanto paciente tinha mobilidade no foco e dor a manipulação , o que lhe causava enorme sofrimento . Paciente apesar de 94 anos deambulava e era ativa .
Fratura extra-articular do fêmur distal em 8/8 ou seja já há 3 meses . Nosso planejamento era apenas retirar a dor fazendo uma fixação “ in situ”. Com mínimo sangramento . Ao abordarmos a fratura notamos , entretanto, ausência quase total de consolidação . Mas um encurtamento muito grande . Entendemos nesse momento , que mesmo de forma minimamente invasiva poderíamos fazer algo melhor pela paciente , na tentativa de restaurar sua função .
Limpamos os bordos da fratura e com auxílio de um distrator AO e manobras de redução , conseguimos uma aposição e alinhamento bem razoável , restabelecendo o comprimento e resolvendo o encurtamento. Mantivemos a redução com um parafuso interfragmentario e passamos uma placa ( para planalto tibial , com perfil mais mais delgada e menos invasiva do que a placa condilar disponível , bastante grosseira para uma senhora de 94 anos em que teríamos que descolar mais ainda as partes moles .) Essa placa , pela baixa demanda da paciente cumpriu bem o nosso propósito . Placa foi colocada de forma submuscular e aberto pequena janela proximal minimamente invasiva para fixação proximal.
Ficamos muito felizes com o resultado final, pois conseguimos sem perturbar o equilíbrio clínico da paciente , retirar sua dor e sofrimento . Mais ainda : conseguimos fazer mais do que o inicialmente proposto, contribuindo para uma melhor reabilitação e qualidade de vida mesmo após sequela com quase 3 meses de evolução ! E reestabelecendo quase que a total normalidade do membro .
“Tudo vale a pena…quando a alma não é pequena “