22/10/2025
Nomofobia é o termo usado para descrever o medo irracional de ficar sem o celular, seja por falta de sinal, bateria, internet ou simplesmente por deixá-lo longe do alcance. O nome vem do inglês “no mobile phone phobia”, e embora ainda não seja um diagnóstico formal no DSM-5-TR, tem ganhado destaque na Psicologia moderna por seus impactos sobre o comportamento, a atenção e a regulação emocional. Pessoas com nomofobia relatam ansiedade intensa, irritabilidade e até sintomas físicos quando estão desconectadas. Sinais de uma dependência psicológica cada vez mais comum em um mundo hiperconectado.
Do ponto de vista neuropsicológico, essa compulsão se explica pela ativação constante do sistema de recompensa dopaminérgico, o mesmo envolvido em vícios comportamentais. Cada notificação, curtida ou mensagem atua como um pequeno reforço positivo, mantendo o cérebro em estado de vigilância e expectativa. Com o tempo, o aparelho deixa de ser uma ferramenta e se torna uma extensão da identidade, um regulador emocional externo.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes para tratar esse padrão. O primeiro passo é identificar e questionar as crenças disfuncionais, como “se eu não responder na hora, vão achar que não me importo” ou “posso perder algo importante”. Em seguida, o terapeuta ensina estratégias de reestruturação cognitiva, substituindo pensamentos automáticos por interpretações mais realistas e saudáveis. Também são aplicadas técnicas de exposição gradual, nas quais o paciente se distancia progressivamente do celular para reduzir a ansiedade associada ao desligamento.
Outros recursos incluem o treino de atenção plena (mindfulness), que ajuda a reconectar o indivíduo com o momento presente e a diminuir o impulso de checar o aparelho. O objetivo final não é eliminar o uso do celular, mas restaurar o controle sobre ele. Afinal, tecnologia é ferramenta, e quando a ferramenta começa a nos usar, é hora de reprogramar não o aparelho, mas a mente.