
10/08/2025
Considerações que me surgem...
A superdotação é vista geralmente em seus aspectos reluzentes, percebida como um dom absoluto, um brilho incomum que ilumina caminhos, resolve problemas complexos e antevê horizontes ainda invisíveis para a maioria.
Sim, temos muito dessa luz intensa, mas há um terreno delicado, desafiador e, muitas vezes, silencioso e contraditoriamente árido para a saúde mental.
O cérebro superdotado, com sua capacidade acelerada de processar informações e criar conexões improváveis, vive em constante estado de hiperatividade cognitiva.
É como uma árvore que, mesmo em solo pedregoso, insiste em arborizar para todos os lados, criando galhos onde outros veriam apenas limites. Mas essa arborização mental tem preço. Ela vem acompanhada de desafios invisíveis.
A solidão é um deles. E quando me refiro aqui, à SOLIDÃO, não é por "falta de pessoas", mas por falta de ressonância.
Viver em um campo cognitivo tão particular pode signif**ar olhar ao redor e perceber que poucas conversas sustentam o alcance e a profundidade que se deseja e que pouquíssimos vínculos compreendem a complexidade cognitiva e emocional que se experimenta.
Logo, o deslocamento social não é necessariamente um afastamento físico, mas uma lacuna vibracional: é como estar presente, mas sentir que o seu “idioma interno” não encontra tradução nas trocas cotidianas.
Quando o mundo interno é vasto demais e o mundo externo é estreito demais, surge um atrito constante e, com ele, o risco de adoecimento psíquico, pois mesmo que não queiramos, há um desgaste emocional contínuo.
É por isso que compreender a saúde mental na superdotação exige sensibilidade. Para muitos superdotados, o excesso de estímulos internos e externos pode levar à exaustão, à ansiedade e até à depressão.
É preciso cuidar do terreno emocional onde essa mente floresce. Assim como, é imprescindível se reconhecer nessa descrição e se permitir buscar e receber ajuda, quando necessário.🧠💖