03/06/2020
Vidas negras importam: por uma Psicologia antirracista e antifascista
O assassinato brutal de George Floyd nos Estados Unidos incendiou as ruas de diferentes cidades do país e também em diversos lugares de todo o mundo, incluindo o Brasil. Além das manifestações ocuparem as ruas de diferentes formas, a hashtag blacklivesmatter (vidas negras importam) também tomou conta das redes sociais nos últimos dias.
No Brasil, os atos foram impulsionados pela indignação frente à violência policial sistemática nas periferias que resultam em mortes negras deliberadas e com aceite da naturalização social dessas violências. São inúmeras crianças e adolescentes vítimas do Estado, um genocídio da população negra denunciado há décadas pelo Movimento Negro. De acordo com o Mapa da Violência, a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil.
Com a Covid-19, a falta de políticas públicas vulnerabiliza ainda mais esta população, em um país no qual o governo pouco faz para conter a pandemia (pelo contrário, instiga e proporciona que seus defensores vão às ruas protestar por modelos fascistas e autoritários, ignorando todas as recomendações da Organização Mundial de Saúde, de cientistas e epidemiologistas pelo isolamento social).
Este cenário evidencia o racismo estrutural, que é resultado do processo de colonização e escravização atualizado na sociedade. A marginalização das populações negras e indígenas as tornam as maiores vítimas não apenas da pandemia, mas da violência do Estado concretizada na falta de políticas públicas, retirada de investimentos em saúde, educação e assistência social, e principalmente no incentivo estatal e avanço dos assassinatos de jovens negros e negras nas favelas brasileiras pela polícia militar, bem como nos assassinatos de indígenas por grileiros e proprietários de terra.
Neste contexto, a Psicologia tem um papel fundamental. O racismo é um fenômeno multifacetado e complexo e cabe a nós, Psicólogas e Psicólogos, o entendimento desse fenômeno, pois o Código de Ética Profissional da(o) Psicóloga(o) nos orienta a denunciar e ser contra todas as formas de discriminação e violência, valorizando uma ética pautada nos Direitos Humanos. Não menos importante são a Resolução CFP nº 08/2002 e as Referências Técnicas para atuação profissional sobre relações raciais.
Leia o artigo completo em: www.crppr.org.br/vidasnegrasimportam
Descrição da imagem: fotografia em preto e branco de uma manifestação de rua na qual diversas pessoas negras estão ajoelhadas em diferentes poses — algumas seguram cartazes, outras estão com os braços levantados. Há uma moldura preta ao redor da foto e uma tarja preta horizontal que atravessa a fotografia. Na tarja lê-se a mensagem “Vidas negras importam: por uma Psicologia antirracista e Antifascista. No canto inferior direito da imagem aparece a logo do CRP-PR.