
31/08/2025
Aquela menininha que descia correndo do ônibus quando via o trator estacionado na porta do bar e ia então ao encontro de papai, esperando ele deixar o copo para curtir a sua companhia.
Que via a dor desse homem.
E percebia que a bebida trazia a euforia que pudesse amenizar essa dor.
Esta menina, por amor, rebelou-se contra a mãe e por amor passou a repetir papai.
Neste mesmo bar, estava um outro papai que também bebia muito e com ele estava um menininho que tinha a terrível tarefa de impedir papai de beber, missão imposta por mamãe.
E todas as vezes este menininho falhou.
Eram muitas horas ao lado dele chamando-o para ir embora.
O menininho queria só que ele fosse para casa para mamãe se acalmar e todos terem paz para que ele pudesse ser apenas uma criança, apenas brincar.
Os pretensos amigos de papai, falavam bobagens superficiais, enchiam e enchiam o copo e a saideira não terminava.
E por amor o menininho se rebelou a esse pai e naqueles momentos decidiu jamais aceitar isso e assim decretou um posicionamento intensamente responsável destruindo a espontaneidade da própria criança.
Uma pequena história de duas crianças que se encontraram em um bar e diante de um vício e da bebida tomaram decisões diferentes e que marcou suas vidas.
Por amor repetimos, copiamos ou por amor nos rebelamos.
É o que crianças podiam fazer. Agora cresceram. Apenas viraram adultos.
Um continua rebelando e outro repetindo, até que a consciência chegue.
E o tempo passa e os encontros e desencontros também.