06/09/2025
De acordo com evidências científicas robustas, como revisões sistemáticas e meta-análises, não há benefícios comprovados para a suplementação de vitamina B12 em indivíduos com níveis normais acima de 400 pg/mL na população geral, sem deficiências ou condições específicas. Estudos indicam que o aumento de hemoglobina ou outros parâmetros hematológicos ocorre apenas até cerca de 400 pg/mL, sem ganhos adicionais além disso. Para aspectos como energia, não há suporte para que doses extras elevem o desempenho em pessoas com níveis adequados.
Em relação ao declínio cognitivo, revisões Cochrane concluem que não há evidência sólida de que suplementos de B12 previnam demência ou preservem a função cognitiva em adultos saudáveis, mesmo em subgrupos. Algumas pesquisas observacionais sugerem associações entre níveis “normais baixos” (como abaixo de 417 pg/mL) e maior risco de atrofia cerebral ou declínio neurológico em idosos, mas isso não prova causalidade nem beneficia suplementação rotineira acima de 400 pg/mL. Ensaios clínicos mostram resultados mistos, com possíveis benefícios em populações de risco (ex.: idosos com sintomas neurológicos leves ou em uso de metformina), mas não em indivíduos saudáveis com níveis normais.
Outros potenciais benefícios, como para ossos, visão ou humor, aparecem em estudos com suplementos, mas geralmente em contextos de intake baixo ou deficiências marginais, não acima de 400 pg/mL. Há até associações observacionais de níveis muito altos (>813 pg/mL) com maior risco de câncer, embora não causais.
Em resumo, a maioria das alegações de vantagens amplas parece vir de fontes não científicas, como internet e YouTube, sem respaldo em evidências robustas para reposição acima de níveis normais. Recomenda-se avaliar caso a caso, com orientação médica, especialmente se houver sintomas ou fatores de risco.