
18/09/2025
Caso clínico de lombociatalgia e lipossubstituição
Paciente do s**o feminino, 53 anos, apresenta dor há dois anos, chega com queixa principal de lombociatalgia intensa à direita. Refere dor com intensidade segundo EVA = 10/10. Teve dificuldade em deitar na maca; por esse motivo, realizei o primeiro atendimento com a paciente sentada e, em alguns momentos, em decúbito lateral esquerdo.
Te**es clínicos:
- Te**es de tensão neural positivos.
- Reflexos preservados.
- Força muscular nos membros inferiores preservada.
- Controle de esfíncteres normais.
Solicitei ressonância magnética apenas entre a terceira e a quarta semana de tratamento, em virtude da dificuldade que a paciente apresenta em manter a posição supina. Na ressonância, além das discopatias e das artropatias facetárias, foi observado substituição de massa muscular por gordura. A lipossubstituição é um fator agravante importante nas lombalgias e lombociatalgias; por isso, a importância de orientar atividade física aos pacientes e demonstrar o alto grau de prejuízo que a inatividade propicia.
Embora tenhamos tido evolução significativa na quinta semana de tratamento, com EVA = 3/10 e centralização da dor, a paciente não deu continuidade ao tratamento, sem informar o motivo.
Casos de lipossubstituição já são bem relatados na literatura e merecem atenção especializada.
Referencial Teórico:
- Kjaer (2007); Hildebrandt (2017); Seyedhoseinpoor (2022): A gordura no multífido correlaciona-se a maior dor, funcionalidade diminuída, menor amplitude de movimento e morfologia alterada.
- Winslow (2019); Storheim (2017); Sang (2020); Sun (2025): Evidências mostram que maior infiltração gordurosa está associada a pior retorno ao esporte, piores resultados cirúrgicos e maior risco de infecção.
- Cooley (2023): Melhor qualidade muscular relaciona-se a menor incapacidade e menor intensidade de dor irradiada.
- Moens (2025): A avaliação manual via ressonância magnética (MRI) apresenta boa confiabilidade para a quantificação da gordura intramuscular.