01/10/2022
AliançaPerversa, política e religião
A obra
A percepção sobre a ligação entre religião e política, que são dois sistemas: Dois sistemas políticos, que agem num horizonte obscuro e oculto, contra a consciência cidadã, usando da “necessidade” da maioria das pessoas em crer num poder maior, em maior do que o próprio poder pessoal, que para quase todas e todos é inexistente, segundo a doutrinação planejada e executada com primor, colocando a massa dominada em um lugar de medo e de vítima de ambos os Sistemas. Percebendo e constatando isso, desenvolvi tal obra, respeitando o ponto de vista de cada Ser; mas apresentando uma visão diferenciada sobre a trama tacanha, tirana e cruel. O conjunto da sociedade civil, sequer se atenta para a existência de um jogo de poder, em favor de uma minoria privilegiada, se colocando como refém, e, que, inclusive o voto deve seguir a doutrina dogmática de seus supostos “líderes iluminados e exemplares, como pessoas de extrema fé!”
Prefácio
O que penso ser eu, apenas penso. E se penso, não enxergo e não percebo o que de fato existe por detrás das ações do Estado. Se penso, não sei e nem percebo que a existência do Estado, é o espaço de “Serviço”. Sequer vejo, quem mais está por detrás de decisões tomadas, onde “me opor”, pode me tornar marginal, segundo a influência da normatização religiosa. Salvo; raras exceções.
Crítica pública
Ao ler e reler esse livro, me deparei com a realidade política atual, e em partes,a Teoria dos Sistemas. Intrincados entre si,de forma clara com uma linguagem acessível ao leitor, porém, profunda, a autora Claudete Fraporti, apresenta a influência, a atuação e a presença das religiões no âmbito político,que, mesmo por detrás das cortinas e véus,desde sempre existiu. O título do livro, como “Aliança perversa”, faz muito sentido e clareia de onde pode vir a saída para tantos problemas. Percebo também, que esse livro é atemporal, até que a sociedade tome consciência e venha de fato a participar da política. E como bem diz a autora,não unicamente um eleitor e vítima de ambos os sistemas. O político e o religioso que também é político,ambos muito bem alinhados entre si. “Impossível é só um ponto de vista, até que alguém vá e faça.” Isso dito por Claudete Fraporti é desafiador, algo bem próprio dela, de suas obras e sua postura.
Refletindo sobre, aprovo o conteúdo e assino a Crítica pública.
Kayo Serquettani
São Paulo _SP
Nota da autora e escritora
Considerando que, por mais que troquemos os atores políticos, personagens e figuras públicas,eventualmente, ocorrem pequenas alterações,no que tange ao que deveria atender a todos os habitantes de um País maravilhoso,que não raro, enfrenta crises institucionais,econômicas e sociais, beneficiando quem não necessita do Estado, ao buscar a origem disso tudo, a mim foi claramente evidenciado o jogo obscuro que por poucos é percebido. A relação entre meros discursos, tanto da classe política, quanto das religiões, ou igrejas, como queiram. A meritocracia que ignora e nega a Sociologia e a Filosofia que são o real conhecimento secular e/ou milenar. O merecimento por extremo esforço, como se todos tivéssemos as mesmas oportunidades e que se doando o sangue, suor e lágrimas, quando não a própria saúde, a vida, fosse o único caminho para viver melhor e obter a ascensão social. “O Ser vem perdendo seu valor, frente ao Ter”, inclusive a partir das famílias. Como contribuição para alterar essa lógica, haja visto que pouco ou nada se fala sobre o assunto, decidi registrar tais percepções.
Concluo pontuando, que a política é nossa, da qual devemos participar ou ao menos acompanhar. Quanto a religião, crença ou credo, é escolha de cada Ser,até mesmo, a de crer ou não crer!
Dedico o que verás aqui a você, nobre leitor, que se dispuser a ler este livro!
Com carinho, Claudete Fraporti!
Aliança Perversa; e mais que isso
I
A complexidade da mente humana é inatingível caso fiquemos na visão ou consciência rasa sobre a vida e o mundo. Da mesma forma,parece improvável que pensamentos e comportamentos equivocados ou então, assertivos sejam evitados. Considerando que toda pessoa tem pleno e total direito de crer ou em nada crer,de escolher e se identif**ar com algo que foge a nossa compreensão ou ao nosso alcance, seja analisando racionalmente ou não,o fato é que aquilo que deveria unir as pessoas, as afasta,desumaniza,segrega,oprime,impõe,arroga,assoberba,gera execração pública sobre o outro que pensa diferente, ou simplesmente exerce seu direito de atender aos apelos da própria alma: Suas escolhas!
Ponderar,refletir sobre a própria conduta, respeitando ao próximo, ao semelhante é mais do que tolerar. É sim, evoluir,aceitar a vida com toda sua diversidade de opiniões,características,comportamentos,filosofias, teologias, ceticismo sobre qualquer crença ou descrença total na existência do imaterial. Tudo o que vemos hoje em se tratando deste assunto ou de outros mais, sempre existiu. A pluralidade, as opções e opiniões diversif**adas fazem parte da História da humanidade. Entretanto, dentro deste contexto, muito amplo e irrestrito,está evidenciada outra vez,a incapacidade de aceitação da diferença existente entre todos, absolutamente todos os seres do Planeta Terra. Conflitos se manifestam sem o menor pudor ou cautela por parte dos defensores do próprio exercício político, cidadão,ou religiosidade que acaba os afastando do princípio mais importante da criação. A vontade do Criador X a postura da criatura.
Visto que é possível dizer que tudo gira em torno da política, seja ela partidária,humanitária ou religiosa, nós humanos,não contentes com o fato de sermos absolutamente ateus com relação à crença do outro, aparentemente seríamos mais felizes se todos pensássemos igualmente e acreditássemos, proferindo nossa fé,seguindo uma única linha ou corrente de pensamento, tendo uma única ideologia ou religião. Há que se ver que a existência de um número maior de possibilidades e formas de ser ou agir,é o caminho para o crescimento individual e coletivo. Com relação à política, a oposição tem um espaço, uma função importante e fundamental,que deve ser valorizada, uma vez que uma oposição fraca ou inexistente enfraquece e desobriga qualquer governo. Seguindo tal raciocínio,a diversidade religiosa também é extremamente importante, pois crenças hegemônicas não nos levam a lugar algum,para além do egocentrismo ou certezas, que são um impeditivo para o avanço pessoal e social, bem como,para o Planeta.
Neste emaranhado todo,o fundamentalismo por parte das religiões supostamente predominantes, se coloca disseminando ódio como sendo o grande fiel da balança,onde o que menos importa e atrai pessoas é a verdadeira defesa da vida e bem estar geral. “O que não promove vida; não tem razão de existir.” Eis aí a grande questão a ser observada na atualidade,num dado momento em que a História parece se repetir. Com objetivos nada claros para a quase totalidade da população do Brasil, a religião e a política proselitista, populista, fazem uso oportunista da necessidade humana de crer em um Ser Superior, transformando em palanque eleitoreiro aquilo que deveria ser exercido no íntimo bastante particular de cada pessoa, tornando esta fusão em algo nefasto para o progresso e a ordem de todo o País, servindo apenas a quem sempre serviu: O grande capital e os interesses da maioria da classe política, já tão desgastada por força de escândalos de desvio do dinheiro público, através da corrupção sistêmica, desde o menor,até o mais alto cargo de comando de uma Nação de proporções continentais.
Como nada acontece isoladamente, as instituições e as pessoas quase que em geral, refletem em voz acanhada o lamaçal de um País que teria tudo para ser um “lar para todos. Uma Pátria Mãe!”
Ao parar para refletir sobre toda e qualquer problemática,seja de foro íntimo e pessoal,ou sobre o coletivo e os acontecimentos recorrentes que causam indignação levando milhões de brasileiros à desesperança, voltamos o olhar para fora, para as ações alheias,como se não fizéssemos parte disto tudo. De alguma forma, todos fazemos. Contudo, ignoramos o fato de que os conflitos, os problemas e a solução, estão no mesmo lugar. Partem do mesmo princípio.
Com um enredo que se desenvolve naturalmente,são poucos os que param para refletir. Neste jogo todo, a luta individualista pela sobrevivência onde cada um cuida apenas de si, fala mais alto, abrindo um espaço generoso para o oportunismo e oportunistas de plantão que pouco ou nada tem a oferecer a não ser discursos mentirosos,vazios e inexequíveis no que trata de mudanças verdadeiramente sólidas. Desta forma,o conhecimento ampliado e a união popular se torna quase que impossível,dividindo opiniões baseadas em um pequeno grupo, que usando de todas as mídias disponíveis, fecham uma aliança entre política e falácias religiosas,o que causa ainda mais divisionismo entre um povo desavisado que parece ter sido pego de surpresa por um quadro caótico de crises generalizadas, num país gigantesco e de uma diversidade como nenhum outro. Seguidores de seus líderes,uma boa parcela da população que se diz possuída de uma fé inabalável,age como ovelhas de um rebanho mal conduzido. Este é o resultado da união perversa entre religião e política.
II_
Neste jogo tão bem armado não há ganhadores,exceto quem faz parte do topo da pirâmide, conhecendo seu povo bem melhor do que o contrário: Um povo romântico e iludido,que deveria conhecer seus líderes. A cada nova eleição,alguns nomes ou figuras públicas são substituídas, o que acaba por alterar apenas poucas peças de todo este grupo coeso e habilidoso em oferecer ilusões e promessas mirabolantes ou milagrosas. E outra vez vem a decepção,a frustração,o desencanto de quem quis outra vez acreditar. Contudo, se temos graves problemas dentro da política, inacreditavelmente é por este mesmo caminho que aos poucos podemos mudar a realidade,usando de mais consciência.
__Claudete Fraporti