10/07/2025
Mais uma ocorrência de desacato é registrada contra um médico no Frei Gabriel
Nesta semana, o Hospital Frei Gabriel registrou mais um caso de desacato contra uma médica durante o plantão. Segundo o boletim de ocorrência, dois indivíduos agrediram verbalmente a profissional, exigindo a realização de um novo exame de corpo de delito.
A médica relatou ter se sentido intimidada pela postura agressiva do grupo, que filmava a consulta com celular e questionava publicamente sua conduta.
De acordo com a profissional, o paciente já havia sido atendido anteriormente, e as informações clínicas constavam em laudo médico. Mesmo assim, os envolvidos insistiram em uma nova avaliação, culminando em ofensas e tumulto.
Por questões de segurança, a médica se retirou do consultório, enquanto os agressores permaneceram na unidade solicitando atendimento com outro profissional. A Polícia Militar (PM) foi acionada para intervir no caso.
Esse não é um caso isolado. Dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) revelam que, no Brasil, um médico sofre agressão, ameaça ou violência a cada três horas.
O levantamento, divulgado em 2023, analisou boletins de ocorrência registrados entre 2013 e 2024, apontando uma média de nove casos por dia – totalizando 38 mil registros de violência contra médicos em hospitais, clínicas e consultórios.
As agressões variam desde injúria e desacato até lesão corporal e até mesmo mortes suspeitas. Quase metade (47%) das vítimas são mulheres. Em uma década, os registros saltaram de 2,7 mil (2013) para 3,9 mil (2023), o maior número da série histórica. Isso significa que, no ano passado, houve 11 ocorrências diárias de violência contra médicos em seus locais de trabalho.
Perfil das agressões:
• 66% dos casos ocorrem no interior do Brasil;
• Os principais agressores são pacientes, familiares e desconhecidos;
• Há também relatos de violência por parte de colegas de trabalho, como enfermeiros e técnicos;
• Minas Gerais, segundo estado com mais médicos no país, ocupa o 3º lugar no ranking de agressões, com 3.617 registros – sendo 22% somente em Belo Horizonte
Nesses casos, o CFM recomenda que os médicos adotem as seguintes medidas:
• Registrar o fato em uma delegacia (presencial ou online);
• Comunicar por escrito à direção do hospital;
• Reunir informações sobre envolvidos e testemunhas;
• Encaminhar o paciente a outro profissional, exceto em casos de urgência