
23/07/2025
“Marina, parto é como quebrar 20 ossos?”
Já ouviu essa comparação por aí? Ela circula muito… e sinceramente? Não só é falsa, como atrapalha.
A dor do parto não tem nada a ver com 20 ossos quebrando ao mesmo tempo. Esse tipo de fala assusta. Desinforma. E planta um medo desnecessário em quem ainda nem viveu a experiência.
Imagina estar grávida, tentando se preparar... e de repente se deparar com esse tipo de conteúdo?
É claro que isso influencia decisões, inclusive a escolha por uma cesárea eletiva, muitas vezes sem nem saber que o parto pode ser algo positivo, mesmo com dor envolvida.
E quem nem tem acesso à cesárea?
Como chega no parto depois de ler isso?
Com medo. Com o corpo tenso. Com o imaginário cheio de pânico, o que, inclusive, pode aumentar a dor.
Agora pensa comigo: Se você quebrasse 20 ossos de verdade, o que seu corpo entenderia? Perigo. Trauma. Emergência.
Mas o parto... é outra coisa.
Seu cérebro sabe que é fisiológico. Seu corpo reconhece. Seus hormônios se mobilizam pra te ajudar. A dor tem função. E não — não é dor o tempo todo.
Tem intervalo. Tem pausa. Tem emoção. Tem força, tem entrega. E sim, pode ter sorriso. Pode ter prazer. Como você vai viver esse processo depende de muita coisa: ambiente, preparo, apoio, acolhimento... E tudo isso, sim, faz diferença na forma como a dor é sentida e elaborada.
Por isso, minha sugestão é simples: Comece a seguir quem te prepara de verdade.