14/09/2025
Ser obstetra é caminhar todos os dias pela estrada da vida e da imprevisibilidade. A obstetrícia é, de fato, uma caixinha de surpresas — cada nascimento é único, cada mulher é singular, cada parto carrega consigo uma história que jamais se repetirá. Por isso, para mim, o verdadeiro sentido de ser uma obstetra humanizada está em acolher os desejos da mulher, em ouvir sua voz e em reconhecer que ela é, sempre, a protagonista do seu parto.
Independentemente do desfecho — seja ele um parto natural, uma cesariana ou qualquer outro caminho que a vida indique — o mais importante é que essa nova alma chegue ao mundo cercada de amor, carinho e respeito. É transformar o momento em um rito de passagem, onde a mulher se descobre ainda mais forte, mais inteira, mais capaz do que jamais imaginou ser.
Minha missão é empoderar essa mulher. É estar ao lado dela, não à frente. É lembrar que o parto não é meu, não é da equipe, não é da técnica: é dela. E é nesse espaço sagrado que cada uma de nós — a doula, a enfermeira obstetra, a fisioterapeuta pélvica — soma sua bagagem, seu olhar, seu cuidado. Somos diferentes, mas nos unimos por uma mesma razão: oferecer a essa mulher a chance de viver um parto extraordinário.
Um parto extraordinário não signif**a um parto perfeito, mas sim um parto vivido com consciência, protagonismo e respeito. É sobre sentir-se segura, ouvida, honrada em sua escolha. É sobre dar as boas-vindas a uma nova vida e, ao mesmo tempo, assistir ao renascimento dessa mulher que se torna mãe.
No fim, ser obstetra é ser guardiã de momentos que tocam a alma. É segurar mãos, enxugar lágrimas, sorrir junto, acolher medos e celebrar vitórias. É entender que cada nascimento não é apenas o início de uma vida, mas também a oportunidade de semear amor, humanidade e esperança no mundo. 🌸