
12/05/2022
Sempre gostei de escrever desde de muito nova, na escola lembro de ter escrito um poema sobre os 500 anos do Brasil rss( queria achar o caderno dessa escrita) Eu me perdia na idéia de colocar na escrita, a possibilidade de um esvaziamento, uma tentativa de dizer daquilo que não é possível ser dito, ou que de alguma forma é um outro dito, um outro lugar, um transcender infinito que me permitia ser quem eu sou ou quem eu quisesse ser. Isso de alguma forma sempre me organizou e me organiza nas minhas particularidades. E por um longo tempo não me via autorizada a escrever mais, não me permitia dizer daquilo que sempre me foi caro, a leitura e o conhecimento. Ultimamente tenho me permitido mais, tento deixar o superego de lado e voltado a escrever algo que seja autoral, rabiscos aqui, rabiscos ali, para dizer de quem eu sou. Confesso que ainda sou uma aspirante nessa idéia de projetar nas palavras o que eu penso, o que me toca nas minhas emoções e o que me atravessa enquanto sujeito desejante cheia de furos, mas tenho me autorizado mais e buscado aquela que escrevia os poemas na escola.
Aos poucos vou me apropriando desse espaço aqui como um lugar possivel para minha escrita, e fundando meu processo de subjetivação.
“Há poesia toda vez que um escrito nos introduz num mundo diferente do nosso, e, ao nos dar a presença de um ser, de uma certa relação fundamental, faz com que ela se torne também nossa. “. (J .Lacan - Seminario 3 , As psicoses, pag 94