06/02/2025
Saiu na mídia! Colesterol alto não dói, não sangra, nem se vê... Daí tanta gente ignorar que ele é uma inconveniente presença em sua vida ou, ciente disso, achar que dá para administrá-lo a fogo brando ou mesmo interromper a terapia receitada pelo médico.
O assunto é gravíssimo, inclusive porque diz respeito a sujeitos que, já tendo encarado um piripaque, ainda assim não aderem aos cuidados recomendados.
Sim, mesmo esse grupo considerado de alto risco, por falta de noção, instrução ou proatividade, não leva o colesterol e seus comparsas tão a sério.
É o que se pode tirar de conclusão de uma análise de dados de mais de 2 milhões de brasileiros, cujas informações foram colhidas por agentes comunitários de saúde. Ela descobriu que menos de 7% dos indivíduos que já haviam sofrido um infarto ou acidente vascular cerebral (AVC) tomam estatinas, remédios utilizados para baixar o colesterol e reduzir a propensão a um segundo evento catastrófico.
O trabalho, conduzido pela epHealth, a Novartis e o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, também constatou lacunas preocupantes no uso de medicamentos para afinar o sangue e frear a hipertensão, frequentemente indicados nesse contexto.
“É a primeira vez que conseguimos fazer uma pesquisa tão abrangente para avaliar se a população estava tomando os medicamentos que deveria e da forma adequada”, comenta o cardiologista Raul Dias dos Santos, um dos experts que assinam o estudo, publicado no periódico The Lancet Regional Health.
“O colesterol alto é a maior causa de infarto e uma das grandes razões por trás do AVC”, afirma Santos. Mas esse não é um beco sem saída. Quando se adotam hábitos mais saudáveis e o tratamento médico, há boas chances de as coisas entrarem no rumo.