22/11/2025
Na perspectiva da Psicoterapia Analítica Funcional (FAP), mudança clínica não é resultado de intervenções padronizadas, mas da ação contingencial que ocorre no nível molecular da interação terapeuta–cliente.
Variação, seleção e retenção — conceitos derivados também de textos recentes de Hayes e Hoffman — descrevem precisamente como novos repertórios emergem, são reforçados e posteriormente mantidos no contexto relacional.
A variação corresponde à emergência de comportamentos novos ou mais adaptativos (CCR2), geralmente sutis, que sinalizam flexibilidade e abertura.
A seleção ocorre quando o terapeuta responde de forma funcionalmente sensível a essas variações, reforçando diferencialmente comportamentos que ampliam consciência, coragem e intimidade.
A retenção refere-se à manutenção e generalização desses repertórios, possibilitada por um ambiente terapêutico que se torna fonte estável de reforçamento natural.
Quando variação, seleção e retenção acontecem dentro da relação terapêutica, criatividade deixa de ser técnica
e se torna conexão contínua.
É assim que vínculos mudam pessoas.
Baseado no capítulo: A criatividade como facilitador da conexão interpessoal na psicoterapia. Priscila Rolim de Moura (2022).