Gutembergue Oliveira

Gutembergue Oliveira Médico paliativista e intensivista, inspiro com histórias da UTI sobre viver plenamente. Viva intensamente; cada momento importa.

Aprendi com a perda dos meus avós que a morte nos lembra de valorizar cada dia. 🥼Trabalho com à morte e te ensino a valorizar a vida. Clique no link e conheça nosso canal👇
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A palavra "câncer" veio antes do diagnóstico. 🩺➡️💔Às vezes, a intuição sussurra a verdade que os exames ainda não confir...
02/11/2025

A palavra "câncer" veio antes do diagnóstico. 🩺➡️💔

Às vezes, a intuição sussurra a verdade que os exames ainda não confirmaram.

O coração já sabe, antes mesmo do médico chamar para "aquela conversa".
É um peso que chega sem aviso, um frio na espinha que anuncia que a vida está prestes a mudar para sempre.
�Enquanto aguardamos a confirmação formal, a mente já viaja por todos os cenários possíveis.
O medo se instala, mas com ele vem uma estranha lucidez.
É como se a alma se preparasse para a batalha antes mesmo de o primeiro tratamento ser prescrito.
�Essa antecipação da dor não é fraqueza - é um mecanismo de sobrevivência.

É o nosso ser nos alertando: "Prepare-se. A jornada será dura, mas você é capaz".

Quantas verdades difíceis nosso corpo e nossa alma já sabem, muito antes de nossa mente estar pronta para aceitá-las?

01/11/2025

O desespero e a paz podem habitar o mesmo coração. 🌪️🤍🕊️

A notícia chega como um raio: "câncer no corpo inteiro". O mundo desaba.

Em segundos, o futuro vira um fantasma, a comida perde o gosto, o sono foge.
É um desespero visceral, um peso de oito quilos perdidos em três semanas.
A menina esconde o que sabe, protege os pais, engole o choro no escuro.
�Mas no meio do caos, um paradoxo: um fio de paz. Uma certeza inexplicável de que, mesmo no pior, "tudo vai ficar bem".
Não uma negação da dor, mas uma fé que brota no subsolo da alma.
A mesma voz que grita de pavor sussurra uma melodia de confiança.
�A vida real é assim: o medo e a fé dançando juntos.

O vestibular que não quer fazer, a música que acalenta, o telefone que traz a confirmação dura, mas também a união da família.

No fim, descobrimos que a coragem não é a ausência do medo, mas a decisão de amar mesmo quando o coração está em pedaços.

Escolher como partir é o último ato de amor próprio. 💝🕊️✍️Diante da finitude, muitas vozes se levantam – médicos, famili...
31/10/2025

Escolher como partir é o último ato de amor próprio. 💝🕊️✍️

Diante da finitude, muitas vozes se levantam – médicos, familiares, protocolos.

Mas no silêncio da alma, há uma verdade: ninguém melhor que você para definir os termos de sua despedida.

Escolher o conforto sobre o prolongamento, a lucidez sobre a sedação excessiva, o lar sobre o hospital, é reafirmar até o fim: "minha vida me pertence".
�Isso não é egoísmo.
É a coragem de escrever seu próprio ponto final.
De poupar quem ama das decisões mais angustiantes.
De transformar um momento de dor em um legado de paz.
A medicina pode oferecer opções, mas a última palavra é sempre sua.

Que possamos ter a sabedoria de viver com tanto propósito, que nossa partida seja apenas a última expressão de quem sempre fomos.

30/10/2025

A paz que não se explica, mas que sustenta. ✨🕊️❤️

"Foi um choque."

É assim que começa o relato de quem recebe um diagnóstico de câncer metastático.
A vida vira de cabeça para baixo em um instante.

Mas e quando, no meio do turbilhão, uma paz inexplicável invade o coração?

Uma paz que a Bíblia chama de "aquela que excede todo entendimento".
�Essa não é uma negação da realidade.
É uma força que nasce da fé e permite encarar a dor com os pés no chão.
É a lucidez de quem, mesmo diante de metástases por todo o corpo, escolhe focar no "um dia de cada vez" e no cuidado com quem ama.
É entender que o equilíbrio emocional não é um luxo, mas a base para enfrentar o tratamento e proteger a família.
�A jornada do câncer não pode ser romantizada.

Mas a história de Tânia nos mostra que, mesmo nos terrenos mais áridos, é possível encontrar um oásis de serenidade.

De onde você tiraria forças se sua realidade desmoronasse hoje?

A morte também faz parte do viver. 🌅❤️🕊️Vivemos como se a morte fosse um acidente de percurso, um erro no sistema. Mas e...
29/10/2025

A morte também faz parte do viver. 🌅❤️🕊️

Vivemos como se a morte fosse um acidente de percurso, um erro no sistema.

Mas ela não é o oposto da vida – é sua companheira mais íntima.
É a certeza que dá sentido à incerteza, o limite que nos ensina sobre o infinito valor de cada instante.
�Quem compreende isso não espera o último suspiro para começar a viver de verdade.
Traz para o agora os amores que poderiam ser adiados, os perdões que poderiam ficar para amanhã, a gratidão que costuma só ser expressa em velórios.
�Aceitar a morte não é morrer um pouco a cada dia.

É nascer de novo a cada despertar, sabendo que este dia – comum, rotineiro, cheio de imperfeições – é tudo o que temos de mais real.

E você? Está vivendo como se fosse eterno ou amando como se fosse o último dia?

28/10/2025

A fé que transforma o fim em início. ✝️🕊️🌅

Para o cristão, a morte não é um ponto final - é uma vírgula na eternidade.

A dor da despedida ainda existe, afinal não fomos originalmente criados para a finitude.
Ela veio como consequência de uma queda, e por isso nos custa tanto aceitá-la.
�Mas a mensagem central do Cristianismo é que Cristo veio para resgatar esse projeto original.
Sua morte e ressurreição abriram um caminho onde a nossa morte deixa de ser um abismo e se torna uma passagem.

"Viver é Cristo, e morrer é lucro" não é um lema de resignação, mas de esperança vibrante.

A morte, então, perde a sua ferroada.
Ela é a porta para o "eterno lar", para a paz que excede todo entendimento.

Essa certeza não anula a saudade, mas a preenche com a esperança do reencontro.

# Esperança

27/10/2025

Discutir a finitude não é espalhar ódio - é falar sobre a realidade mais democrática que existe. 💭⚖️❤️

Vivemos uma época estranha: queremos discutir tudo, menos o único destino que nos une. Falar sobre morte virou tabu, como se isso fosse "negatividade".
Mas encarar a finitude de frente é justamente o que nos permite viver com mais plenitude e lidar com as perdas de forma saudável.
�Quando fugimos dessa conversa, não estamos sendo otimistas - estamos sendo frágeis.

Porque a morte chegará para todos que amamos, e para nós mesmos.
Quem se recusa a pensar nisso estará despreparado quando a vida, como sempre faz, trouxer seu luto inevitável.
�O verdadeiro problema não é falar sobre o fim - é não falar sobre ele.

É deixar que as pessoas enfrentem suas maiores dores sem qualquer preparo emocional ou filosófico.

Você prefere viver numa ilusão de eternidade ou encarar a verdade que pode te libertar?

Cada fase tem seu cuidado. 🌱➡️🍂➡️🕊️A vida é uma jornada de transições. Na infância, cuidamos com vacinas e colo. Na idad...
27/10/2025

Cada fase tem seu cuidado. 🌱➡️🍂➡️🕊️

A vida é uma jornada de transições.

Na infância, cuidamos com vacinas e colo.
Na idade adulta, com prevenção e escuta.

E quando a maturidade chega, o cuidado se transforma novamente - não é mais sobre curar, mas sobre confortar; não sobre vencer batalhas, mas sobre garantir paz.
�Nos estágios finais, o cuidado mais sábio muitas vezes é o que troca a intervenção agressiva pelo alívio do sofrimento.
É o que prioriza a qualidade do momento sobre a quantidade de dias.
É entender que morrer com dignidade não é uma derrota - é a conclusão natural de uma vida bem cuidada.
�Do primeiro ao último suspiro, o cuidado evolui conosco.

Sua essência permanece: honrar a vida em cada uma de suas expressões.

Você já parou para pensar que a forma como cuidamos dos nossos idosos revela como entenderemos nosso próprio envelhecimento?

Dignidade acima da duração. 👑⏳❤️Quantos dias a mais valem uma existência sem sentido? A medicina moderna nos ensinou a m...
25/10/2025

Dignidade acima da duração. 👑⏳❤️

Quantos dias a mais valem uma existência sem sentido?

A medicina moderna nos ensinou a medir a vida em números: batimentos, saturação, dias de sobrevida.
Mas esquecemos de medir o que realmente importa: a qualidade do olhar, a paz no rosto, a integridade da alma.
�Não se trata de abreviar, mas de honrar.

Honrar a história, a autonomia e o direito de partir sem ser submetido a torturas disfarçadas de tratamento.
Uma semana vivida com lucidez e serenidade vale mais que um mês de agonia conectado a máquinas.
�A verdadeira missão não é apenas adicionar dias à vida, mas vida aos dias – até o último.

Que possamos lembrar que o valor de uma existência não se mede pela sua extensão, mas pela sua profundidade.

24/10/2025

O paciente é o dono da sua doença - e da sua voz. 🗣️❤️🩺

Quantas vezes, na pressa de salvar, esquecemos de ouvir?

Em meio a diagnósticos, protocolos e opiniões familiares, a pessoa na cama vira espectadora da própria vida.
Médicos, enfermeiros e familiares - todos querem o seu bem, mas decidem por ele, não com ele.
�O cuidado verdadeiro é mutualístico: une o conhecimento técnico da medicina aos valores, medos e desejos de quem vive a doença.
Parar para perguntar "o que você quer?" não é perda de tempo - é o centro do tratamento.
É lembrar que por trim de todo paciente há uma história, uma autonomia, um direito de ser protagonista até no adoecer.
�Quando silenciamos o paciente, não estamos só ferindo sua dignidade - estamos fechando os olhos para o caminho que ele quer percorrer.

Será que nossa medicina está pronta para trocar o "fazer para" pelo "cuidar com"?

Cuidar não é sempre prolongar. É, às vezes, saber quando soltar. 🕊️❤️‍🩹A medicina nos ensina a lutar pela vida, mas a sa...
23/10/2025

Cuidar não é sempre prolongar. É, às vezes, saber quando soltar. 🕊️❤️‍🩹

A medicina nos ensina a lutar pela vida, mas a sabedoria nos mostra que o verdadeiro cuidado vai além dos números no monitor.

Cuidar de alguém em sua jornada final pode significar trocar procedimentos invasivos por conforto, trocar o prolongamento do sofrimento pela dignidade de uma despedida serena.
�Não se trata de desistir.

Trata-se de uma mudança de foco: da batalha contra a morte, para o cuidado com a vida que ainda pulsa – mesmo que seja nas últimas horas.

É garantir que o último suspiro seja de paz, e não de dor.
�Esse é o paradoxo do cuidado paliativo: às vezes, a intervenção mais amorosa é justamente não intervir.

Será que estamos preparados para entender que o fim da vida também merece – e precisa – de cuidado?

20/10/2025

Aceitar a cronicidade não é desistir - é aprender a conviver com a realidade. 🧠💊❤️

A epilepsia nos ensina uma lição dura: algumas condições não têm cura, apenas controle.
O paciente pode ficar anos em remissão, a vida pode fluir com normalidade, mas a doença sempre estará lá, adormecida.

O perigo não está na crise evidente, mas no relaxamento que vem com a estabilidade prolongada.
�Como pais e cuidadores, nossa missão é manter a vigilância amorosa.
Entender que convulsões não se manifestam apenas nas contrações clássicas, mas em pequenas ausências, mudanças de comportamento, sinais sutis que exigem nosso olhar mais atento.

Ter um bom neurologista, fazer exames regulares, não baixar a guarda - esta é a rotina de quem convive com a cronicidade.
�Aceitar isso não é ser pessimista. É ser realista.
É poupar a nós mesmos e a quem amamos de sustos e sofrimentos desnecessários.

A verdadeira proteção começa quando encaramos a doença sem ilusões, mas também sem medo.

Endereço

Goiânia, GO

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