12/09/2022
Eu tinha uma fobia horrível, de dentista, ao ponto de ter que ser sedada para fazer qualquer procedimento, mesmo que simples. O desespero me tomava completamente.
Eu nem comentei com minha terapeuta sobre isso, porque, honestamente, não lembrava de nenhum episódio traumático com dentistas, então achava que não era emocional. A única coisa que me lembrava era que, quando pequena, eu ia ao dentista da escola, até gostava, mas depois, com o tempo, desenvolvi um pavor enorme. Não conseguia abrir a boca! Não conseguia mesmo.
Um dia, eu disse que precisaria suspender a sessão, pois passaria pela sedação para um procedimento, e ela estranhou. Foi aí que demos atenção a isso. Seguimos com protocolo, até que chegamos nesse tema. Para nossa surpresa, ao reprocessar sobre isso, eu não senti nenhum desconforto com as cenas, mas senti no físico. Logo me deu ânsia de vômito, angústia no peito, mãos frias, e fizemos uma respiração própria pra me acalmar.
Continuamos, e eu comecei a sentir como se estivesse colocando alguma coisa para dentro da boca que não era agradável, e me fazia sentir repulsa. Foi neste momento que lembrei que, quando criança, eu era obrigada a tomar biotônico fontoura com ovo de pato cru. Quando lembrei disso, meu corpo reagiu ainda mais.
A minha mãe me dava, e gritava, dizendo, “abra a boca!” e me fazia beber essa coisa horrível, que me causava ânsia, sem reclamar, sem poder cuspir, me forçando a engolir. Esse era o meu gatilho! Meu problema nunca foi com dentista, e sim com essa frase. Quando a dentista dizia “abra a boca”, eu não conseguia, e começava a me desesperar.
Estou perplexa! Nunca pensei que nossa mente fosse capaz de associações como esta. Agora sinto-me feliz, sem desconforto algum! Voltei à dentista essa semana, para retirar pontos, e para minha surpresa, não precisei de sedação.
Ainda estou em choque, mas muito feliz e grata! Nossa mente é realmente fantástica, e a TRG mais ainda, por desvendar os mistérios dela.