16/02/2022
Difícil imaginar uma dor mais brutal do que uma grande perda. Parece que nunca estamos preparados para ver partir alguém que amamos. O luto traz uma sensação de impotência e de fragilidade. A saudade dói desde o primeiro minuto.
Eu e minha família estamos nesse processo, acabei de perder minha sogra. Estou deixando cada um de casa viver o luto a sua maneira.
Elaborar a perda é parte fundamental do processo de luto, que tem fases, dói, mas que, no tempo devido, deve nos levar de volta à nossa vida cotidiana. Não costuma ser fácil, mas é o caminho natural.
O luto costuma apresentar fases, que podem acontecer até mesmo antes da perda propriamente dita. O luto pode começar diante da perspectiva de uma morte iminente, com a noção de será inevitável perder alguém querido brevemente. A ciência de que este momento pode estar próximo pode causar sintomas semelhantes aos de quem já vive o luto.
As fases mais comuns são:
1. Negação ("Tranquilo. Eu estou bem, sim")
2. Raiva ("Isto é muito injusto!")
3. Negociação ("Eu faria qualquer coisa...")
4. Depressão ("Perdi o chão. Meu mundo acabou...")
5. Aceitação ("Faz parte da vida... Não há mais nada que se possa fazer.")
É claro que essas fases não são iguais para todo mundo e nem necessariamente ocorrem de maneira ordenada, mas são uma referência de como essa dor pode atingir as pessoas de uma maneira geral.
A morte nos torna todos reféns, independentemente da idade, classe social, hierarquia familiar, grau de instrução etc.
Se você está passando por isso, ou se conhece alguém que está, não hesite em procurar ou oferecer ajuda. O luto deve ter começo, meio e fim. Cada pessoa tem o seu tempo e é preciso respeitá-lo. Mas, um luto que nunca termina pode, com o tempo, virar depressão.
Não permaneça no luto além do pareça razoável para você. A psicoterapia é uma fonte de acolhimento e de escuta. A dor é menor quando é compartilhada. Na terapia você poderá manejar a raiva, o medo e a dor, para se adaptar à ideia de seguir adiante, equilibrar as emoções e, finalmente, voltar a caminhar de forma saudável – sem negar a saudade de quem se foi, mas vivendo a própria vida, com os olhos e os pés voltados para a frente.