
02/07/2025
Por muito tempo, a minha vida rodava em torno dos meus filhos.
Eu respirava por eles, organizava tudo pensando neles, e deixava pra mim o que sobrava — quando sobrava.
No começo, parecia amor. Depois, virou rotina.
E um dia eu percebi que isso estava me adoecendo.
Porque a gente sabe que é isso o que acontece quando a gente se anula demais, não é?
Não é de repente. É aos poucos. O brilho vai sumindo, a paciência encurta, a vontade de estar presente vira mais um esforço do que uma escolha.
E o mais difícil foi perceber que não era só eu que tava sofrendo com isso. Eles também sentiam.
Porque quando eu me esquecia de mim… vinha junto a frustração, a culpa, a sensação de estar sempre falhando.
E aí eu virava alguém que eu mesma não reconhecia. Impaciente. Rígida. No limite.
Foi ali, vendo que me deixar de lado não machucava só a mim, que eu decidi mudar.
Comecei devagar — fui pra academia. Peguei um livro só pra mim. Voltei a ouvir música com fone, sem interrupção. Coisa simples. Mas que me lembravam que eu existia além de ser mãe.
E hoje, eu faço algo só por mim todos os dias.
Porque eu entendi que me cuidar é uma forma de cuidar melhor de quem eu amo.
Então eu te pergunto de novo, com carinho, sem cobrança: quando foi a última vez que você fez algo só por você?