
29/08/2021
É sabido que a vida conjugal é cercada de desafios e que conflitos na vida cotidiana surgem, o que requer que o casal aprenda a criar estratégias para não sucumbir às adversidades.
Viver a dois é um processo de entrega, uma vez que se entrega parte da sua vida e ao mesmo tempo recebe parte e cuidados da vida de outra pessoa. É portanto, doação, acolhimento e aceitação.
Dividir o espaço da vida com alguém, de forma íntima, é aceitar a responsabilidade de cuidar e ser cuidado, promover e alimentar o que o outro tem de melhor e ao mesmo tempo aprender acolher às vulnerabilidades do outro.
Porém, nem sempre conseguimos manter os mesmos cuidados do início, talvez porque há muitas demandas que tornam o dia a dia tão automático e com isso às tarefas de cuidado e comprometimento mútuo caiam no esquecimento. Surge então, às cobranças por atenção ou o desgaste da relação pelo interpretação que o outro ja não nutra o mesmo afeto e cuidado.
Há muitas expectativas sobre a vida à dois, que muito é fomentado pelas novelas, filmes de romance, literaturas que trazem sempre um enredo de contos de fadas. De certa forma, crescemos sendo alimentados por esses ensinamentos.
Ao mesmo tempo, não somos ensinados de forma formal sobre o que vem a ser uma vida a dois, porém, somos integrados em um seio familiar que nos trazem modelos de casamento e família. Vivenciamos os conflitos dos pais, a comunicação entre eles e a visão de mundo deles, visão que nem sempre são convergentes com a visão familiar do nosso cônjuge.
Esses ingredientes podem ser lançados no Caldeirão dos prováveis conflitos quando os filhos chegam, as contas a pagar estouram o orçamento, as demandas da família de cada um surgem, fatos inesperados como doenças e desemprego.
Importante trazer uma reflexão sobre expectativas e realidade para que a idealização não traga um sentimento de distanciamento. Autoconhecimento, portanto, é fundamental para a construção de um novo enredo de vida à dois. A conjugalidade traz seus desafios e crescimentos pessoais.
E para vocês, como pensam sobre a conjugalidade?
Milene Teonilia Neves
Psicóloga CRP 09/10833