
12/06/2025
Tarde de atendimento no consultório e refletindo a respeito de um relato de uma paciente que me disse algo em forma de metáfora que me deixou reflexivo. (Ah, se os pacientes soubessem o quanto nos ensinam ao longo do processo psicoterápico) Ela disse:
🥂Fernando, hoje entendo que um relacionamento amoroso é como um copo cheio. Quando estou com outra pessoa, esse copo transborda. Compreendi que não é o outro que vai suprir minhas ausências, mas alguém com quem posso compartilhar o que já transborda em mim 🥂
Essa fala só foi possível após um longo processo de autoconhecimento, e me tocou porque revela algo que observo com frequência no consultório: muitas pessoas chegam em busca de se relacionar melhor com o outro, de lidar com a dor do abandono ou da rejeição, mas aos poucos vão percebendo que toda relação saudável começa pelo valor que damos a nós mesmos.
Relacionar-se é, antes de tudo, tomar consciência de quem sou dentro da relação. O outro é importante, claro, mas eu também sou e esse movimento de auto valorização é muito significativo.
Muitos se queixam de um vazio, de uma ausência interna que parece nunca se preencher. E nessa busca desesperada por alívio, tentam encontrar no outro o que sentem faltar em si: cuidado, afeto, segurança, validação. E muitas vezes, nesse movimento, acabam se anulando e frustrando na relação com outro.
Mas o amor… ah, o amor… ele não se limita ao dia 12 de junho. O amor deve ser cultivado todos os dias, por quem está em um relacionamento e, sobretudo, por quem está consigo mesmo.
Amar é cuidar. É regar. É adubar. É fazer escolhas conscientes todos os dias. Porque o amor verdadeiro vai além do romantismo: ele está nos pequenos gestos, na escuta atenta, no respeito pelos próprios limites, na forma como falamos conosco e com os outros.
Aproveite o Amor.
Seja ao lado de um namorado, namorada, esposo, esposa… ou namorando a si próprio.
Permita-se viver a felicidade que nasce de dentro.
Pausa. Respire. Reflita:
Onde está a sua felicidade? No outro… ou dentro de você?