08/04/2025
Você já ouviu que “banho de gelo atrapalha os ganhos de força e massa muscular”?
Calma. Essa afirmação, embora baseada em estudos reais, precisa ser avaliada com muito mais critério.
A maioria dos estudos que apontam efeitos negativos da crioimersão… têm sérias limitações metodológicas. Veja só:
1. Tamanho amostral reduzido
Estudos com 8 a 12 participantes por grupo não têm poder estatístico suficiente para conclusões robustas. A variabilidade biológica individual pode distorcer os resultados.
2. Populações homogêneas
Grande parte dos estudos foi feita apenas com homens jovens não treinados, o que limita completamente a extrapolação dos achados para mulheres, idosos ou atletas.
3. Frequência e protocolos irreais
A crioimersão foi aplicada após todas as sessões de treino, em protocolos que não refletem o uso prático no esporte — onde o gelo é usado pontualmente, e não cronicamente.
4. Desfechos isolados e curtos
Alguns estudos mediram apenas a área de secção transversa de fibras musculares por biópsia, sem dados de desempenho funcional real. Outros duraram 6–8 semanas, tempo insuficiente para mensurar adaptações de longo prazo.
5. Falta de controle de variáveis externas
Sono, alimentação e outros fatores que influenciam o anabolismo foram muitas vezes negligenciados ou não controlados, podendo influenciar os resultados mais do que a crioimersão em si.
6. Ausência de cegamento
Por razões óbvias (é impossível “não saber” se se está em um banho de gelo), a maioria dos estudos não foi cega, o que aumenta o risco de viés de expectativa.
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Resumo:
Sim, há estudos que sugerem que a crioimersão pode atenuar hipertrofia e força.
Mas muitos deles não são fortes o suficiente para sustentar recomendações clínicas universais.
Mais importante do que o protocolo é o contexto. Para alguns, o gelo pode ser ferramenta útil. Para outros, um potencial limitador.