17/08/2025
O grito do feminino na linhagem
A endometriose não é apenas uma condição física.
Ela é uma mensagem profunda da alma, que fala através do corpo, pedindo escuta, acolhimento e reconciliação.
O útero é o espaço da criação.
Nele se gestam filhos, mas também projetos, sonhos e possibilidades.
Quando adoece, ele revela que algo não está encontrando lugar para nascer.
Na endometriose, o tecido se desloca, cresce em lugares impróprios como se dissesse:
“Aquilo que deveria ser expresso dentro de mim não encontrou espaço, e por isso busca outro caminho para existir.”
O sistema hormonal mostra outro aspecto dessa dor.
Ele reflete os conflitos da mulher com sua própria identidade, com a aceitação de seu corpo e de seus ciclos.
A endometriose carrega, nesse nível, a mensagem da mulher que se sente dividida entre ser o que realmente é e o que os outros esperam que ela seja.
O corpo grita quando a feminilidade é sufocada, quando a mulher rejeita ou duvida da sua própria força de ser quem é.
Há ainda um terceiro aspecto: a proliferação celular.
Na endometriose, o crescimento do tecido fora do lugar expressa emoções reprimidas que se multiplicam sem ordem mágoas, ressentimentos e raivas que foram guardadas em silêncio.
O corpo materializa aquilo que a alma não conseguiu dizer: dores do passado, memórias da mãe, da avó, da linhagem feminina.
Tudo o que não pôde ser chorado, expresso ou reconhecido, busca um lugar para se manifestar.
A mensagem é clara:
É tempo de liberar o que foi retido.
É tempo de reconciliar-se com o feminino e com a mãe.
É tempo de permitir que seus ciclos fluam naturalmente, aceitando os finais e os começos da vida.
É tempo de dar vida ao que é verdadeiramente seu projetos, desejos, escolhas.
O corpo não é inimigo.
Ele é o mensageiro que mostra onde a alma pede atenção.
A endometriose é um chamado para voltar-se a si mesma, para honrar o feminino que veio antes, para dar lugar ao seu próprio feminino com amor, dignidade e força.