02/09/2025
😢 Comunicar de forma desrespeitosa a história de alguém que vivenciou um trauma não é só lembrar: é fazer a pessoa reviver a dor. Isso se chama revitimização — quando a vítima é exposta novamente, publicamente ou em situações que reacendem seu sofrimento. E os impactos são reais, profundos e mensuráveis no corpo e no cérebro.
Traumas alteram circuitos ligados ao medo, memória e regulação emocional — como amígdala, hipocampo e córtex pré-frontal. Isso explica por que lembranças traumáticas podem surgir com força, anos depois (Bremner, 2006; Hayes et al., 2012). Quando a exposição é pública ou sensacionalista, ocorre ativação aguda desses circuitos, podendo:
• Agravar ansiedade e depressão;
• Elevar respostas de estresse (cortisol, eixo HPA);
• Reforçar memórias traumáticas e dificultar a recuperação;
• Reduzir concentração, tomada de decisão e produtividade.
A revitimização está ligada a piores desfechos: sintomas pós-traumáticos, uso de substâncias, menor adesão a tratamentos e mais internações — principalmente quando a exposição é repetida. Em suma: expor ou sensacionalizar não fere só emocionalmente, mas também compromete a recuperação.
No caso da Bel Peres, vemos isso claramente: cinco anos de trauma sendo revividos, seu canal removido, projetos prejudicados e ataques contínuos. Imagine os danos psicológicos de tudo isso! Não estou julgando intenções; estou lembrando que como contamos uma história pode proteger ou agravar a vida de alguém.
🤍 Como agir com responsabilidade:
1. Priorizar segurança e consentimento;
2. Evitar detalhes desnecessários que reativem memórias;
3. Usar linguagem acolhedora e não julgadora;
4. Encaminhar para suporte profissional quando necessário;
5. Influenciadores e mídia: lembrem-se que suas palavras têm impacto real.
💛 Como cidadã, mãe e psicóloga, reafirmo: nosso dever ético é questionar como falamos, além de o que falamos.
✨ Siga e faça parte de uma comunicação que cura, apoia e protege. Nossas palavras podem construir vidas — ou destruí-las. Qual caminho você escolhe?