08/09/2025
O QUE HÁ POR TRÁS DA AGRESSIVIDADE, DO MACHISMO E DOS CASOS DE FEMINICÍDIO NA VISÃO SISTÊMICA DAS CONSTELAÇÕES FAMILIARES
Na visão sistêmica das constelações familiares, comportamentos como agressividade, machismo e até situações extremas como o feminicídio não surgem do nada. Eles são expressões de dinâmicas inconscientes que se repetem dentro de sistemas familiares e sociais, muitas vezes de forma transgeracional.
Por trás da agressividade, podemos perceber dor profunda, exclusão e falta de pertencimento. Muitas vezes, homens que se tornam violentos carregam feridas não reconhecidas da sua própria história ou de seus antepassados. Em vez de expressarem dor, aprendem a manifestá-la em forma de raiva, pois em muitos contextos culturais, mostrar vulnerabilidade é visto como fraqueza.
O machismo, por sua vez, é sustentado por padrões enraizados no sistema social e familiar, onde a figura masculina historicamente ocupou posição de poder e a feminina de submissão. Dentro da constelação, percebe-se que esse desequilíbrio gera desordem, pois todo sistema precisa do equilíbrio entre masculino e feminino. Quando esse equilíbrio é rompido, surgem abusos, dominação e violência.
Nos casos de feminicídio, muitas vezes se revela uma fusão inconsciente com destinos difíceis do passado: homens que repetem papéis de ancestrais que viveram guerras, mortes ou exerceram violência, e que não tiveram sua dor reconhecida. Ao invés de encontrarem seu próprio lugar de dignidade, tentam dominar pela força, como se isso lhes devolvesse o valor perdido.
A constelação familiar nos mostra que, para além do crime visível, existem camadas ocultas: a dor de não ser visto, a confusão de papéis, a desordem entre o dar e receber no casal, e a exclusão de mulheres e homens em gerações anteriores.
O caminho para a transformação está em trazer consciência e ordem ao sistema:
Reconhecer e incluir todos que vieram antes.
Restaurar o lugar de honra para o feminino e o masculino, em equilíbrio.
Olhar para a dor que existe atrás da violência, sem justificá-la, mas compreendendo sua origem.
Assim, na visão sistêmica, a cura não é apenas individual, mas também coletiva. Ao restaurar o equilíbrio