02/05/2018
➡Excelente artigo do Psicólogo, Danillo Alves, sobre os aspectos de comportamento em vítimas de acidentes automobilísticos, vale a pena conferir ⬇
✅COMPORTAMENTOS EMOCIONAIS PRESENTES NAS VÍTIMAS DE ACIDENTES
AUTOMOBILÍSTICOS🚘
➡Caro leitor o objetivo deste pôster é trazer
algumas informações a respeito dos
índices de acidentes automobilísticos,
porém, não é o foco principal, como
exposto no título acima á ideia
propriamente dita é falar sobre alguns
comportamentos emocionais que em
minha experiência profissional como
socorrista, técnico de enfermagem e hoje
como psicólogo pude identif**ar o que
ocorre no acidente automobilístico, podendo ou não gerar o transtorno de estresse pós- traumático (TEPT). É de nosso conhecimento, que campanhas de prevenção são realizadas todos os anos para a conscientização da população, com objetivo de diminuir as taxas de mortalidade e invalidez causados pelos acidentes, mas que ainda é um grande desafio a ser enfrentado.
➡Segundo levantamento realizado pela Organização mundial da saúde (OMS) em 2009 aproximadamente 1milhão de pessoas morrem vítimas das imprudências ao volante,
cerca de 50 milhões vivem com sequelas, isto torna o trânsito a 9º causa de morte do planeta. O Brasil aparece em 5º lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito,
atrás da Índia, China, EUA e Rússia. Segundo o OMS, em 2015, foram registrados
37.306 óbitos e 204 mil pessoas f**aram feridas.
➡Adentrando ao tema aqui exposto, cada indivíduo tem um jeito de lidar com algumas
circunstâncias estressantes da vida que podem a abalar emocionalmente, situações que não são diferentes nos acidentes automobilísticos. Quando uma pessoa se acidenta independente das causas que a levaram ao ocorrido ela está envolto no que chamamos de stress, uma reação do organismo com componentes físicos e mentais que surgem quando existem uma necessidade de adaptação (LIPP, 2000).
➡Existem pessoas que são emocionalmente mais estruturadas e conseguem lidar com
mais tranquilidade com o estresse vivido, no entanto, não signif**a que serão afetadas
negativamente ou positivamente
posteriormente. Em contrapartida há indivíduos que são mais atingidos
emocionalmente. Em minha experiência profissional, pude vivenciar sujeitos que ao se envolverem em acidentes apresentavam comportamentos como: choro constante, desespero a ponto de não conseguir se comunicar, hostilidade, agressividade,
inquietação, desmaio e em alguns casos sintomas de pânico, nesse momento, tais
sujeitos estão psicologicamente abalados buscando uma adaptação. Segundo Freud o pai da psicanálise quando algo ameaça nossa integridade psíquica nosso ego cria
mecanismos de defesa para nos proteger de supostas ameaças (PEREZ, 2012).Para Simontte em seu livro intitulado Manual de Psicologia Hospitalar: O Mapa da Doença (2004), trás a reação da pessoa em torno da doença no ambiente hospitalar e nos
apresentam quatro posições: negação, revolta, depressão e enfrentamento. Partindo
desse viés, acredito que na cena de um acidente automobilístico as vítimas podem
apresentar alguns desses comportamentos.
A primeira a ser comparada é a negação.
Nessa posição o sujeito nega e recusa o
acontecimento trazendo um discurso do tipo
“A culpa não foi minha, isso não esta
acontecendo comigo, nunca me envolvi em
acidente” e sua linguagem corporal é de
desespero.
Na revolta, o sujeito pode apresentar
comportamento agressivo como chutar o
carro, xingar a equipe de socorro e todos a
sua volta.
Na depressão, a pessoa vai se acalmando e
aceitando o acontecimento. No
enfrentamento o indivíduo já pode pensar
claramente no que aconteceu, essa posição
pode aparecer em qualquer local, na cena do acidente, a caminho do hospital ou dentro
de uma ambulância. Ainda falando sobre enfrentamento o discurso pode aparecer dessa maneira: “Foi livramento de Deus, poderia ter ocorrido algo pior, acho que havia algo na pista”. Nessa fala o importante é observar que pode realmente ter algo na pista comonão, a conduta é não julgá-lo, deixá-lo que faça sua elaboração.
➡Como exposto neste texto, se envolver em um acidente trás para o acidentado uma
sensação aterrorizante: medo, frustação, ansiedade, fragilidade, agressividade,
indiferença e sentimento de culpa, nesse momento, ambas as vítimas estão
desamparadas, em decorrência disto, elas podem apresentar comportamentos que muitas vezes são percebidos pelas equipes de saúde como: “piti”, frescura, “chilique”,
desrespeito e ignorância que atrapalha o andamento do serviço.E ainda podemos observar discurso como: “faz a besteira e f**a aí dando show” é sabido que ninguém quer se envolver em acidentes de nenhuma magnitude, mas acabam ocorrendo com qualquer um. A pessoa que esta mostrando determinado tipo de comportamento seja ele agressivo ou depressivo, foi o que ela psicologicamente tinha de melhor no momento para lidar com o estresse, a forma como essa pessoa é abordada faz toda a diferença, tratá-la com empatia, compreensão, acolhimento e escuta podem minimizar o estresse e ajuda-la na elaboração do conflito.
➡Vejo que esse é um campo ainda a ser explorado e pesquisado para melhor compreensão e entendimento desses fenômenos que estão presentes em nosso dia a dia no atendimento pré- hospitalar.
☑Danillo Rodrigues Alves
Psicólogo Clínico e Hospitalar
CRP: 06/139076
E-mail: rodriguesalves.psi@gmail.com
✅Referências
LIPP. M. N (2000). Manual do Inventario de Sintoma do Stress para adultos (ISSL).(2.ed.Rev.) São Paulo Casa do
Psicólogo.
METRO. Brasil é o quinto país do mundo em mortes no trânsito, segundo OMS. Paraná Portal, 2017 Disponível em >https://www.metrojornal.com.br/foco/2017/05/01/brasil-e-o-quinto-pais-mundo-em-mortes-no-transito-segundo-
oms.html http://www.sbie.com.br/dirigir-com-o-estado-emocional-abalado-causa-mais-acidentes-do-que-o-celular/
http://sorisomail.com/partilha/246190.html< Acesso em: 25 março.