08/04/2025
Tomar uma decisão crucial na vida, muitas vezes, signif**a enfrentar o próprio medo e a resistência interna. Esse processo pode ser entendido, sob a ótica psicanalítica, como um movimento em direção à individuação, ou seja, ao desenvolvimento do "self" autêntico. No entanto, essa jornada não é fácil. A psique humana tende a se proteger de mudanças drásticas, e o medo de ser incompreendido ou rejeitado pelos outros pode levar a um estado de hesitação. O superego, com suas normas internalizadas, pode ser uma voz interna que constantemente questiona as escolhas e nos impede de tomar posse da nossa verdade.
Assumir as responsabilidades por uma escolha difícil é, em muitos casos, entrar em confronto com a própria vulnerabilidade. Existe uma dualidade entre o desejo de agradar aos outros, manter uma imagem socialmente aceitável, e a necessidade de se afirmar enquanto indivíduo. O conflito entre essas forças internas pode gerar sofrimento, mas também é uma oportunidade de crescimento. A psicanálise nos ensina que, muitas vezes, a verdadeira liberdade está em aceitar a nossa autenticidade, mesmo que ela assuste.
O "verdadeiro eu", quando finalmente se revela, pode provocar uma sensação de estranhamento, tanto para o próprio indivíduo quanto para os outros ao seu redor. Essa revelação exige coragem, pois implica enfrentar aspectos do inconsciente que estavam reprimidos. No entanto, essa revelação é também libertadora. Ao integrar as partes rejeitadas de si mesmo, o sujeito começa a se mover para uma maior totalidade psíquica, onde a reconciliação com o próprio eu e com o mundo torna-se possível.
Portanto, ao contrário do que muitas vezes se pensa, não é mais fácil ignorar as nossas verdades em favor de uma falsa conformidade. É, na verdade, mais doloroso e alienante não ser fiel a si mesmo. Ao "bancar" as escolhas que nos definem, estamos, na verdade, indo em direção à autenticidade e ao autoconhecimento, elementos fundamentais para uma vida psíquica mais integrada e saudável.
🍁 Que você possa sentir 🍁
Psicóloga Hellen Capel.