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psico_cml CRP 07/30135
Psicóloga Clínica | Psicoterapia de Orientação Psicanalítica
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Igrejinha

Amanhã temos o dia dos namorados e não é sobre isso que eu vim escrever por aqui - mas talvez esse dia tenha me lembrado...
11/06/2025

Amanhã temos o dia dos namorados e não é sobre isso que eu vim escrever por aqui - mas talvez esse dia tenha me lembrado cartas de amor? Pode ser, mas o assunto é sobre o amor (e, de alguma forma, acaba sempre sendo).

No último mês me peguei esgotada das redes sociais. De tantos anúncios, informações, propagandas, descontos, vídeos acelerados e tanta coisa que cabe dentro desse universo em descom(passo). Passos sem fim; passos sem pausa.

De que forma estamos cuidando do amor que transcreve a vida? O que estamos “precisando” acelerar que acaba nos fazendo falta ali na frente? Qual o custo de pedir para o ChatGPT escrever uma mensagem genérica para alguém querido?

Nesse desabafo eu vim te lembrar que o amor, para ser visto, precisa de um olhar atento. Sensível para o encontro.

E se você escrevesse uma carta de amor? Com destinatário ou sem - apenas palavras que, juntas, acabam fazendo sentir.

Desacelera • e escreve.

Desde os primeiros anos de vida, nos constituímos no reflexo do outro. O bebê sorri porque a mãe sorri. Com alguns meses...
06/05/2025

Desde os primeiros anos de vida, nos constituímos no reflexo do outro. O bebê sorri porque a mãe sorri. Com alguns meses ele se reconhece no espelho, mas só valida sua imagem quando o outro, ou seja, um olhar de fora, confirma: “esse é você”.

Na vida adulta, isso se repete; com curtidas, visualizações, elogios, validações externas e por aí vai… Do mesmo modo, é a partir desse olhar do outro que nos perguntamos constantemente: “será que estou indo bem?” “Será que estou sendo aceita dessa forma?” Ou ainda “será que o outro me vê?”

Na psicanálise, o olhar do outro nunca é neutro. Ele nos constitui e - cheio de “sugestões” desse outro - nos aprisiona; ficamos dependentes da imagem que devolvem de nós. Nos perdemos tentando nos encontrar, ou melhor, nos perdemos tentando fazer com que o outro nos encontre.

O outro não vai encontrar para nós o que desejamos - já não somos mais crianças. Existe um limbo entre o que eu gostaria de fazer por mim e o que o outro gostaria que eu fizesse. Então, não esqueça de se olhar no espelho e se reconhecer - e não só de ser visto pelos olhos do outro. (Afinal, quem seriam?)

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Camila Moraes - CRP 07/40135
Psicóloga e Psicanalista

- Tu sonha muito, Chico… - Foi a morte que me ensinou. O tempo de sonhar é em cima da terra. A cabeça do santo é um livr...
26/04/2025

- Tu sonha muito, Chico…
- Foi a morte que me ensinou. O tempo de sonhar é em cima da terra.

A cabeça do santo é um livro escrito por uma mulher cearense apaixonada e influenciada pela literatura de Gabriel Garcia Marquez. A partir disso, já coloquei na minha lista imaginando que algo bom surgiria por aí.

O livro tem um ritmo legal, fluido e bem humorado. Senti como se eu fosse uma criança ouvindo histórias antigas que meus avós contavam: um pequeno vilarejo onde existia uma cabeça de Santo Antônio que virou, por alguns dias, morada para Samuel, que saiu lá de Juazeiro do Norte na busca de cumprir uma promessa que sua mãe lhe confiou.

O enredo é criativo e encantador. Uma cabeça de santo que escuta as preces das mulheres da cidade. O que daria para fazer com essas informações? É com isso que Samuel se deparou - e com muitas pessoas peculiares que cruzaram o seu caminho.

Gostei. O início achei um pouquinho arrastado, mas a partir da metade do livro acabei rapidinho. Escrita bonita, história cativante e nada previsível. Já quero ler outros livros de Socorro Acioli. “Oração para desaparecer”, quem sabe?

É carrossel - só passar para o lado :)
24/04/2025

É carrossel - só passar para o lado :)

Na psicanálise, o sintoma é uma solução.Imperfeita, às vezes dolorosa — mas uma forma que o inconsciente encontrou de fa...
10/04/2025

Na psicanálise, o sintoma é uma solução.
Imperfeita, às vezes dolorosa — mas uma forma que o inconsciente encontrou de falar quando outras vias estavam bloqueadas.

Por isso, ao invés de apagar o sintoma como quem silencia um incômodo, a análise convida a escutá-lo.
Porque ele fala de nós. Do que foi recalcado, do que não pôde ser simbolizado, do que insiste em retornar.

Cultivar o sintoma não é desejar o sofrimento.
É reconhecer que ele tem uma função — e que arrancá-lo à força pode fazer o sujeito adoecer de outras formas.

Na escuta analítica, o sintoma vai se transformando.
Não por negação, mas porque, uma vez escutado, ele já não precisa gritar.

- o sintoma é como um cacto que a gente se acostumou a abraçar.

* ilustração:

Psicóloga Camila Moraes 🌱 CRP 07/30135

Para além da curva da estradaTalvez haja um poço, e talvez um castelo,E talvez apenas a continuação da estrada.Não sei n...
08/04/2025

Para além da curva da estrada
Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
E talvez apenas a continuação da estrada.
Não sei nem pergunto.

Enquanto vou na estrada antes da curva
Só olho para a estrada antes da curva,
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
De nada me serviria estar olhando para outro lado
E para aquilo que não vejo.

Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.
Se há alguém para além da curva da estrada,
Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada.
Essa é que é a estrada para eles.

Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.
Por ora só sabemos que lá não estamos.
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva
Há a estrada sem curva nenhuma.

Li esse livro em dois dias de praia (eu me mudei pra Florianópolis [não só, mas também] pra isso e agora está acontecend...
03/04/2025

Li esse livro em dois dias de praia (eu me mudei pra Florianópolis [não só, mas também] pra isso e agora está acontecendo, rs).

Maria Carmen é uma menina de 11 anos que sonha em ser escritora e que escreve a sua vida em um diário - eu adoro livros a partir da perspectiva de uma criança.

Maria mora com os pais que possuem um relacionamento fora da curva; sente-se mais sozinha que as pessoas velhas e acha que nunca vai conseguir achar um grande amor. Lida com os sentimentos de uma adolescência muito confusa e desafiadora. Acredita ser uma pessoa que está sempre em banho-maria.

Um livro pequeno, mas com grandes questionamentos. Curto, mas com longas reflexões. Pequeno e interessante como uma criança de 11 anos.

Vai! Esse livro merece a sua pausa.

“A memória não vigia a passagem atual do tempo, como a consciência, mas conserva a impressão dos acontecimentos passados...
12/03/2024

“A memória não vigia a passagem atual do tempo, como a consciência, mas conserva a impressão dos acontecimentos passados (…).
A permanência do passado é fundamental para prover consistência imaginária e sentimento de continuidade entre o que se viveu e o tempo presente. Virgínia Woolf, em uma passagem de seu diário, escreve que se o tempo presente flui à maneira de um rio, é o passado que confere profundidade às águas”. Maria Rita K.

Olhando um rio de cima, não sabemos a profundidade das suas águas; sabemos que existem pedras, buracos, desvios e coisas que somente a imaginação não alcançaria, mas estão lá. Sabemos, também, que não daria para pular de cabeça, mas que conseguiríamos colocar os pés na água e, aos poucos, sentir a temperatura e a profundidade.

Vivemos de memórias; apesar de não sabermos qual e como vai ser a nossa última memória em relação à algo ou alguém. Vivemos de memórias que nos guiam em busca de reconhecimento, afastamento ou identificação. Provavelmente não lembraremos qual foi a nossa última memória da escola ou a última vez morando na casa dos nossos pais, mas lembramos de como foi estar lá e os sentimentos que enfrentamos naquele lugar. A nossa memória anda de mãos dadas com as nossas emoções; é preciso sentir para, depois, lembrar.

Desbloquear memórias é poder reconstruir uma nova narrativa; poder sentir aquilo que, por algum motivo, foi reprimido. Não se sabe em qual parte do rio não daremos pé, mas sabe-se que por ali também correu água.

Muitas vezes eu já fui questionada sobre a função da psicanálise: “ah, mas vocês só escutam e não falam nada”, “eu queri...
07/03/2024

Muitas vezes eu já fui questionada sobre a função da psicanálise: “ah, mas vocês só escutam e não falam nada”, “eu queria que alguém me desse uma resposta, um caminho para seguir”…

Em tempos de informações desenfreadas, fazer análise pode ser um ato revolucionário. Olhar para as próprias queixas sem encontrar uma resposta imediata pode ser extremamente desconfortável. Não estamos mais acostumados com o silêncio; com o tempo - individual e subjetivo - de pensar.

É tudo tão rápido. Textos longos? “Sem tempo!”; agora as informações precisam ser enxugadas em um vídeo de 30 segundos que passa no 2.0 e que, de preferência, me dê alguma resposta no final (ou um diagnóstico, por quê não?)

Você, provavelmente, já seguiu algum conselho que não funcionou porque ele simplesmente não fez sentido dentro de você. Ele fez sentido pra outra pessoa. Nós mudamos e nos moldamos de acordo com as nossas vivências; então, sim, é preciso “tirar um tempo” para olhar pra dentro de si e encontrar as respostas de uma forma mais horizontal e gentil com quem a gente é. Nada de conselhos milagrosos e resumos mal elaborados. Se conhecer exige tempo. Será que essa é a sua prioridade, agora?

Endereço

Rua Edmundo Lauffer, 299, Sala 503
Igrejinha, RS

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