03/05/2025
Muitos MÉDICOS prescrevem "10 sessões de FISIOTERAPIA", mas essa prática é equivocada, pois está alinhada a uma abordagem burocrática imposta pelos planos de saúde, que priorizam números em vez de resultados. Indicar uma quantidade fixa de atendimentos sem um diagnóstico fisioterapêutico adequado ou a devida formação na área revela a incoerência desse modelo.
Essa prescrição padronizada direciona os pacientes para atendimentos de fisioterapia conveniados e/ou de baixo custo, já que o próprio paciente acredita que precisará cumprir as DEZ sessões (ou mais) indicadas. Contudo, devido aos baixos valores pagos pelos planos de saúde e à alta demanda de atendimentos, essas sessões acabam sendo superficiais, focando apenas nos sintomas e negligenciando as causas reais do problema. Esse modelo contribui para tratamentos prolongados, ineficazes e com alta taxa de desistência, prejudicando tanto os pacientes quanto a valorização da profissão.
É importante entender que os resultados não dependem do número de atendimentos. O número de atendimentos será definido pela qualidade dos resultados. Se você pode melhorar em um atendimento ou pequeno intervalo de tempo, porque deveria fazer as outras nove consultas?
O sucesso do tratamento depende de vários fatores, entre eles uma avaliação detalhada, entendimento sobre o problema e as necessidades de cada indivíduo, elaboração de um plano de tratamento buscando sempre respaldo científico, além da conscientização do paciente quanto a sua queixa e como serão as etapas do tratamento, para assim reduzir medos e crenças equivocadas e fazer com que haja maior engajamento ao processo.
Portanto, fuja das "10 sessões". O número de atendimentos deve ser determinado pela qualidade dos resultados, e não por uma receita padrão. O médico pode sugerir fisioterapia, mas a definição do tratamento cabe exclusivamente ao fisioterapeuta, com base em sua formação e experiência.
Essa abordagem individualizada promove resultados mais rápidos e efetivos, respeitando a singularidade de cada paciente e valorizando a atuação interdisciplinar na saúde.
