28/06/2020
Hoje é o dia do orgulho LGBTQ+, se fosse há uns dois/ três anos atrás eu compartilharia no meu feed uma foto bem bonitinha dizendo que ” qualquer maneira de amor vale a pena”, agora sei que o dia de hoje é sobre muito mais que isso.
Tempos atrás eu cairia fácil no “marketing do arco-íris” que vende casais LGBTQ como pessoas alegres, somos mais que isso, temos todos os sentimentos em nós e como casal somos como qualquer outro casal que briga, que faz as pazes, que aprende , que sonha , que chora , que ri e que tem esperança em dias melhores.
Depois de me relacionar com a muita coisa mudou. Aprendi como é que funcionam as coisas do lado de cá e sei que privilégio hétero não é papo de sapatão revoltada ou b***a exagerada, vou dar o exemplo de apenas 1 : andar de mãos dadas com seu amor pela rua livremente sem ter o medo de ser rechaçado. Já pensou sobre isso? Eu nunca havia pensado nem sobre isso e nem sobre como era raro ver os casais homossexuais que eu conhecia demonstrarem afeto.
Essa semana tive um convite para ampliar o meu olhar sobre o tema , em papo cabeça pós almoço ( que tem sido possível só graças ao tempo que é outro na quarentena) conversávamos com as crianças sobre ser lé***ca e eu citei um casal que frequentava a nossa casa , a Isabela disse que nunca imaginava que elas eram lé***cas , e na hora eu percebi que eu nunca havia nomeado a opção de amor dessas mulheres e não foi por mal , foi porque enquanto sociedade ocultamos essa verdade e perceber isso foi um soco no meu estômago. Talvez você que me lê também nunca tenha conversado abertamente com seus filhos, particularmente os pequenos, sobre casais de homossexuais. As vezes “deixamos passar a história” de que são amigas ou amigos que moram juntos com a pretexto de deixar que as questões venham naturalmente, e é ai que mora o perigo porque elas vem e muitas vezes de forma muito sutil porque eu tenho percebido nesses dois anos que o preconceito mora em lugares sutis e repletos de complexidades.
Como mãe eu sei que assuntos tabus são complicadíssimos de tratar, sei também que com quanto mais naturalidade tratarmos mais fluido será o assunto.
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