26/11/2025
Às vezes, o primeiro pedido de ajuda não vem em palavras.
Ele aparece silenciosamente, entre gestos que passam despercebidos no ritmo apressado dos dias.
Vem na ausência de olhar, quando o contato visual se torna difícil demais.
Vem na seletividade alimentar, que não é “frescura”, mas uma forma de proteger o corpo de estímulos que o mundo insiste em impor.
Vem na repetição que ninguém entende, mas que para a criança é a única maneira de organizar um universo que parece grande demais.
Nenhuma criança faz isso “por querer”.
Nenhuma delas escolhe sofrer, frustrar-se ou ser incompreendida.
Esses sinais são pedidos de socorro — silenciosos, mas profundos.
E quando alguém os percebe com sensibilidade, abre-se o caminho para acolher, compreender e ajudar.
Porque toda criança merece ser vista, ouvida… mesmo quando não consegue dizer com palavras aquilo que grita por dentro.